Suspeito de tentativa de assassinato contra Trump é acusado de 2 crimes relacionados com armas
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Por Gram Slattery e Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Um homem suspeito de tentar assassinar Donald Trump foi acusado de dois crimes relacionados com armas em um tribunal federal nesta segunda-feira, depois de ser visto escondido nos arbustos com um rifle no campo de golfe do ex-presidente dos EUA na Flórida.
Novas acusações são prováveis, mas as acusações iniciais – posse de arma de fogo como um criminoso condenado e posse de arma de fogo com número de série apagado – vai garantir que as autoridades consigam mantê-lo em custódia enquanto a investigação continua.
Trump, candidato republicano à Presidência dos EUA, estava seguro e ileso, mas o incidente levantou novas questões sobre como um suspeito armado conseguiu chegar tão perto dele, apenas dois meses depois de outro atirador disparar contra Trump durante um comício em 13 de julho em Butler, Pensilvânia, atingindo de raspão sua orelha direita com uma bala.
Registros telefônicos sugerem que o suspeito pode ter ficado em espera por quase 12 horas no domingo, de acordo com a denúncia criminal.
O Serviço Secreto dos EUA abriu fogo depois que um agente viu o cano de um rifle saindo dos arbustos no campo de golfe de Trump em West Palm Beach, algumas centenas de metros do local onde o ex-presidente jogava.
O atirador fugiu em um veículo utilitário esportivo, segundo a denúncia. Policiais encontraram abandonados um rifle de assalto com uma mira telescópica, uma câmera digital e um saco plástico com comida.
O suspeito, identificado nesta segunda-feira como Ryan Routh, de 58 anos, foi preso cerca de 40 minutos depois dirigindo rumo ao norte na rodovia interestadual 95. Quando questionado se sabia o motivo pelo qual estava sendo parado, Routh 'respondeu afirmativamente', de acordo com a denúncia. A placa do seu veículo foi roubada de outro carro.
Registros mostram um telefone associado com Routh localizado no campo de golfe desde a 1h59 do domingo.
Routh possui duas outras condenações, ambas na Carolina do Norte, de acordo com a denúncia: uma condenação em 2002 por posse de arma de destruição e morte em massa e uma condenação em 2010 por posse de bens roubados. Mais detalhes sobre esses casos não estavam imediatamente disponíveis.
Trump culpou o presidente Joe Biden e a vice-presidente e candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, pela tentativa de assassinato. Ele citou a “retórica” dos seus adversários e que o suspeito estava agindo por conta da “linguagem altamente inflamada” dos democratas, ainda que as autoridades não tenham oferecido evidência de qualquer motivação.
'A retórica deles está me fazendo ser baleado, quando sou eu quem vai salvar o país e eles são as pessoas destruindo o país – ambos por dentro e por fora”, ele disse, segundo a Fox.
O Serviço Secreto, que protege os candidatos à Presidência, tem estado sob intenso escrutínio desde o atentado anterior contra a vida de Trump, que levou à renúncia da diretora Kimberly Cheatle. O serviço reforçou os detalhes de segurança de Trump após o ataque de 13 de julho, no qual o atirador foi morto por agentes que reagiram.
A agência 'precisa de mais ajuda', incluindo a possibilidade de mais pessoal, disse Biden a repórteres nesta segunda-feira, acrescentando: 'Graças a Deus que o presidente está bem'.
Kamala disse no X: 'Violência não tem lugar nos Estados Unidos da América'.
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, que convocou uma força-tarefa bipartidária para realizar uma investigação após a primeira tentativa de assassinato, disse em uma entrevista à Fox News que o Congresso também examinará o incidente mais recente.
'Precisamos de responsabilização', disse Johnson, que também pediu mais recursos para proteger Trump. 'Devemos exigir que esse trabalho esteja sendo feito.'
O diretor interino do Serviço Secreto, Ronald Rowe, viajou para a Flórida após a tentativa de assassinato de domingo, de acordo com vários veículos de imprensa. Rowe, que assumiu o cargo após a renúncia de Cheatle em julho, disse ao Congresso em 30 de julho que estava 'envergonhado' pelas falhas de segurança do ataque anterior.
Rowe trabalha no Serviço Secreto, que conta com 7.800 integrantes, há 25 anos, de acordo com uma biografia oficial, tendo chegado ao posto de número 2 da agência, antes de ser promovido em julho.
(Reportagem de Gram Slattery e Sarah N. Lynch; reportagem adicional de Susan Heavey, Andrew Goudsward, Alexandra Ulmer, Mike Stone, Richard Cowan, Jeff Mason, Helen Coster, Jonathan Drake e Anastasiia Malenko)
Escrito por Reuters
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