Índia e UE se comprometem com prazo até final do ano para acordo comercial
Publicada em
Por Manoj Kumar e Shivangi Acharya
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia e a União Europeia concordaram, nesta sexta-feira, em concluir um acordo de livre comércio até o final do ano, seu primeiro compromisso com um prazo para as negociações que se estendem há anos, enquanto buscam amenizar o efeito dos aumentos de tarifas dos Estados Unidos.
O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma visita de dois dias à Índia, e pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em uma coletiva de imprensa conjunta.
Há anos, os dois lados tentam firmar um pacto de livre comércio, que envolveria grandes concessões por parte da Índia -- um dos mercados mais protegidos do mundo.
As negociações para um acordo de livre comércio entre Índia e UE foram retomadas em 2021, depois de terem sido paralisadas por oito anos.
'Preparamos um projeto de colaboração nas áreas de comércio, tecnologia, investimento, inovação, crescimento verde, segurança, capacitação e mobilidade', disse Modi, acrescentando que as autoridades foram solicitadas a concluir o acordo até o final do ano.
A UE é o maior parceiro comercial da Índia em bens, com o comércio bilateral crescendo cerca de 90% em uma década, chegando a US$137,5 bilhões no ano fiscal de 2023-2024.
Von der Leyen pediu um acordo 'ambicioso' de comércio e investimento que poderia abranger setores como baterias e produtos farmacêuticos, semicondutores, hidrogênio limpo e defesa.
A visita de von der Leyen, acompanhada por líderes de nações da UE, ocorre em um momento de crescente tensão geopolítica e quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas recíprocas a todas as nações, incluindo a UE e a Índia, até abril.
'Ambos temos a perder com um mundo de esferas de influência e isolacionismo, e ambos temos a ganhar com um mundo de cooperação e trabalho conjunto', disse ela, antes das conversas com Modi. 'Mas acredito que essa versão moderna da competição entre grandes potências também é uma oportunidade para a Europa e a Índia reimaginarem sua parceria.'
(Reportagem de Manoj Kumar e Shivangi Acharya)
Escrito por Reuters