Irã reverte desaceleração no enriquecimento de urânio para grau próximo de armamento, diz ONU
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Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) - O Irã reverteu uma desaceleração de meses na taxa de enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, próximo ao grau usado em armas, disse o órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira.
Muitos diplomatas acreditavam que a desaceleração, que havia começado em junho, era o resultado de negociações secretas entre os Estados Unidos e o Irã que levaram à libertação de cidadãos norte-americanos detidos em território iraniano neste ano.
O Irã já tem urânio suficiente enriquecido a até 60% para fabricar três bombas nucleares, de acordo com a definição teórica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e mais em níveis mais baixos de enriquecimento. O Irã nega a busca por armas nucleares.
O Irã 'aumentou sua produção de urânio altamente enriquecido, revertendo uma redução de produção anterior a partir de meados de 2023', disse a AIEA em um comunicado que resume um relatório confidencial para os Estados membros visto pela Reuters.
O Irã está enriquecendo a até 60%, perto dos cerca de 90% que são considerados grau de armamento, em sua Planta Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP) em seu amplo complexo de Natanz e em sua Planta de Enriquecimento de Combustível de Fordow (FFEP), que é escavada em uma montanha.
Desde a desaceleração, essas usinas estavam enriquecendo urânio a até 60% a uma taxa de cerca de 3 kg por mês, disse a AIEA.
'A Agência confirma que, desde o final de novembro de 2023, a taxa na qual o Irã tem produzido urânio enriquecido até 60% de U-235 nessas duas instalações combinadas aumentou para aproximadamente 9 kg por mês', disse o relatório aos Estados membros.
De acordo com a definição teórica da AIEA, cerca de 42 kg de urânio enriquecido a 60% é a quantidade com a qual não se pode excluir a possibilidade de fabricação de uma bomba nuclear.
Escrito por Reuters
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