Israel limitará entrada de cidadãos muçulmanos em mesquita de Jerusalém durante Ramadã
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JERUSALÉM (Reuters) - Israel limitará o número de cidadãos muçulmanos que participarão das orações na Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, durante o próximo mês sagrado do Ramadã, disse o ministro da Segurança Nacional do país nesta terça-feira, citando a preocupação de que o local possa ser alvo de protestos contra a guerra em Gaza.
Al-Aqsa, um dos santuários mais sagrados do Islã, faz parte de Jerusalém Oriental, capturada por Israel na guerra de 1967 e foco das esperanças de um Estado palestino. O local também é reverenciado pelos judeus como um vestígio de seus dois antigos templos.
As regras de acesso têm sido uma fonte frequente de atrito, inclusive para os muçulmanos, que representam 18% da população de Israel, especialmente durante o Ramadã, que começa neste ano por volta de 10 de março.
Israel já impôs restrições no passado, principalmente a palestinos mais jovens de Jerusalém e da Cisjordânia ocupada. Mais de quatro meses após o início da guerra em Gaza, as preocupações estão aumentando.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, disse que sua proposta de impedir a maioria dos cidadãos muçulmanos de fazer as orações de sexta-feira durante o Ramadã foi rejeitada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ainda assim, ele disse que seria imposto um limite de 40.000 a 50.000, depois de ter argumentado com sucesso contra as autoridades que queriam que 120.000 a 150.000 fossem admitidos.
'Minha posição, em princípio, foi aceita em relação (àqueles que pensavam) que toda uma multidão de árabes israelenses deveria ser permitida', disse ele à Rádio do Exército nesta terça-feira.
A medida atraiu a condenação de líderes árabes, incluindo o parlamentar da oposição Ahmad Tibi, que disse que Ben-Gvir é um 'incendiário, mas que tem acima dele alguém que é responsável e está lhe entregando um galão de gasolina'.
Ben-Gvir expressou sua decepção com o fato de Netanyahu não ter aceitado sua proposta de autorizar a polícia a entrar no complexo de Al-Aqsa e remover quaisquer bandeiras ou placas erguidas em apoio ao Hamas, o grupo militante islâmico palestino que Israel está combatendo em Gaza.
Citando a situação dos reféns mantidos em Gaza, Ben-Gvir argumentou que seria um 'retrato da derrota' permitir tais demonstrações de solidariedade ao Hamas na cidade que Israel considera sua capital, um status não reconhecido amplamente no exterior.
Israel tem restringido a entrada de palestinos desde o início da guerra em Gaza, após os ataques do Hamas em território palestino com uma onda de assassinatos e sequestros no dia 7 de outubro. Um porta-voz da polícia não detalhou imediatamente os planos para qualquer acesso palestino a Al-Aqsa.
Escrito por Reuters
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