Itália declara guerra aos alimentos produzidos em laboratório para proteger tradição
Publicada em
Por Angelo Amante
ROMA (Reuters) - O governo da Itália apresentou nesta terça-feira um projeto de lei que proíbe o uso de alimentos e ração animal produzidos em laboratório, com o objetivo de salvaguardar o patrimônio agroalimentar do país, disse o ministro italiano da Agricultura em coletiva de imprensa após uma reunião do gabinete.
Se a proposta for aprovada pelo Parlamento, a indústria italiana não poderá produzir alimentos ou rações 'a partir de culturas de células ou tecidos derivados de animais vertebrados', segundo o projeto de lei visto pela Reuters.
A violação das regras pode resultar em multas de até 60 mil euros.
'Produtos de laboratório, em nossa opinião, não garantem qualidade, bem-estar e proteção da nossa cultura, da nossa tradição', disse o ministro Francesco Lollobrigida, membro sênior do partido de direita Irmãos da Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni.
O governo nacionalista de Meloni prometeu proteger os alimentos da Itália de inovações tecnológicas vistas como prejudiciais e renomeou o Ministério da Agricultura para 'Ministério da Agricultura e Soberania Alimentar'.
Lobby da agricultura, a associação Coldiretti elogiou o movimento contra 'alimentos sintéticos', dizendo que é necessária uma proibição para proteger a produção doméstica 'dos ataques de empresas multinacionais'.
O projeto de lei estipula que as fábricas onde ocorrerem violações podem ser fechadas e os produtores podem perder o direito de obter financiamento público por até três anos.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO