Jack Teixeira, que vazou informações do Pentágono, passa por audiência na justiça militar dos EUA
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Por Nate Raymond
BASE DA FORÇA AÉREA HANSCOM, Massachusetts (Reuters) - Promotores da Força Aérea dos EUA começaram a apresentar evidências nesta terça-feira ao oficial de uma audiência militar que decidirá se recomenda ou não um julgamento por corte marcial para Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts acusado de vazar uma grande quantidade de documentos militares confidenciais.
Teixeira, de 22 anos, compareceu uniformizado na Base da Força Aérea de Hanscom, em Massachusetts, à primeira audiência para responder a acusações militares apresentadas após ele se declarar culpado em março de denúncias separadas trazidas pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Preso em abril de 2023, Teixeira foi acusado de ter conduzido uma das mais graves violações de segurança nacional dos EUA nos últimos anos. Os documentos vazados continham informações altamente confidenciais sobre aliados e adversários, com detalhes desde os movimentos das tropas na Ucrânia até a agência de espionagem de Israel, a Mossad.
Promotores da Força Aérea não chamaram testemunhas nesta terça-feira e recorreram apenas a documentos para embasar as acusações contra Teixeira apresentadas em abril de que ele obstruiu justiça e não obedeceu uma ordem legal.
Antes de ser preso na casa da mãe em North Dighton, Massachusetts, Teixeira era aviador de 1ª classe na Base da Guarda Nacional Aérea de Otis, em Cape Cod, Massachusetts, onde trabalhava com operações de defesa cibernética ou especialista em suporte de tecnologia da informação.
Advogados de defesa pediram ao tenente-coronel Michael Raming, um oficial encarregado de analisar essas provas, que adiasse a audiência, citando a falta de acesso imediato a certos materiais confidenciais relacionados às acusações. Eles também pediram que ele não considerasse como prova a própria confissão de culpa de Teixeira em março.
O tenente-coronel Bradley Pronsky, que faz parte da equipe de defesa de Teixeira, considerou 'inapropriado' que Raming considerasse declarações autoincriminatórias de um caso diferente ao decidir se recomendaria que Teixeira fosse julgado por uma corte marcial.
Raming rejeitou esses argumentos e excluiu apenas uma das provas. Ele disse não ter encontrado nenhum precedente que impedisse que as confissões anteriores de Teixeira fossem usadas como prova no novo caso.
'Pode ser um pouco desagradável, mas não está impedido', disse ele.
Caberá a Raming recomendar a um major-general que atuará como autoridade convocadora da corte marcial especial como resolver o caso e se ele deve ser levado a julgamento. Raming disse que planejava emitir uma decisão por escrito.
Apesar de ser um aviador de baixo escalão, Teixeira tinha autorização de segurança ultrassecreta e, em janeiro de 2022, começou a acessar centenas de documentos confidenciais relacionados a tópicos como a invasão da Rússia à Ucrânia, segundo promotores federais.
Sob o nome de usuário 'TheExcaliburEffect', Teixeira compartilhou informações confidenciais no aplicativo de mensagens Discord em servidores privados -- uma espécie de sala de bate-papo -- enquanto se gabava de ter acesso a 'coisas para Israel, Palestina, Síria, Irã e China'
Segundo seu acordo de confissão, Teixeira poderá pegar pelo menos 11 anos de prisão quando for condenado. As acusações separadas da Força Aérea acarretam uma sentença máxima combinada de 10 anos e meio de prisão.
(Reportagem de Nate Raymond em Boston)
Escrito por Reuters
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