Juiz em caso de deportações diz que advogados do governo Trump foram 'desrespeitosos
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Por Ted Hesson e Luc Cohen
WASHINGTON (Reuters) - O juiz norte-americano que proibiu temporariamente o governo do presidente Donald Trump de deportar supostos membros de gangues venezuelanas com base em uma lei de 1798 disse em uma audiência nesta sexta-feira que os advogados do governo foram 'intempestivos e desrespeitosos' nos processos judiciais, enquanto avalia se as autoridades violaram sua decisão.
No início da audiência, o juiz distrital dos EUA, James Boasberg, com sede em Washington, disse ao procurador-geral adjunto Drew Ensign que não se lembrava de ter ouvido os advogados do governo se dirigirem a ele da maneira como a administração fez nesse caso.
Boasberg não especificou a linguagem da qual ele discordou. Um documento apresentado pelo governo na quarta-feira acusou Boasberg de se envolver em uma 'pesca probatória' ao buscar informações sobre os voos de deportação para determinar se o governo violou sua decisão.
O juiz alegou frequentemente dizer seus assessores jurídicos que seus bens mais valiosos são a reputação e a credibilidade.
A escalada da disputa entre Boasberg e o governo do presidente republicano levantou preocupações entre os críticos de Trump e alguns especialistas jurídicos sobre uma crise constitucional potencialmente iminente caso o governo desafie decisões judiciais.
Boasberg ordenou que os funcionários do Departamento de Justiça expliquem até terça-feira por que ele não deveria considerar que eles violaram a decisão de 15 de março ao não retornarem dois aviões com os deportados que aterrissaram em El Salvador -- onde os migrantes estão sendo mantidos -- após ele emitir sua decisão, na noite de sábado.
Trump disse que não desafiaria nenhuma ordem judicial. Nesta sexta-feira, o presidente norte-americano disse a jornalistas que seu governo tem autoridade para 'tirar pessoas ruins do nosso país'.
(Reportagem de Ted Hesson, em Washington, e Luc Cohen, em Nova York; reportagem adicional de Tom Hals, em Wilmington, Delaware, e Nelson Renteria, em San Salvador)
Escrito por Reuters