Julgamento de Trump na Geórgia fica com juiz mais novato do tribunal
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Por Tom Hals
WILMINGTON, Delaware (Reuters) - A acusação contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump por supostamente ter tentado reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020 no Estado da Geórgia será conduzida pelo juiz mais novo da corte, um ex-promotor que já trabalhou no mesmo local da atual promotora distrital do Condado de Fulton, Fani Willis.
Dados do Superior Tribunal de Fulton mostram que o juiz Scott McAfee foi sorteado para ser o magistrado do caso contra Trump. A ação acusa o republicano de participar de um esquema para inverter a sua derrota para Joe Biden no Estado. Trump nega o delito e acusa Willis, uma democrata, de ter motivações políticas. Segundo o site da corte, McAfee foi nomeado para o tribunal em fevereiro, pelo governador republicano do Estado, Brian Kemp. O magistrado atualmene busca apoio em uma eleição, no ano que vem, para manter a sua posição de juiz do tribunal. No site oficial de sua campanha, McAfee promete diminuir a fila de processos, ser duro com crimes violentos e oferecer alternativas para delitos mais leves. “A Justiça real não se restringe a prender pessoas e jogar a chave fora”, diz o site. “Ele é justo, inteligente”, afirmou Brian Steel, advogado criminalista da Geórgia, que disse conhecer o magistrado profissionalmente e não está envolvido no caso Trump. O republicano, que lidera a corrida pela nomeação do partido para a eleição presidencial de 2024, foi indiciado na segunda-feira junto com outros 18 réus por extorsão e outros crimes. McAfee terá como responsabilidade estabelecer o calendário de julgamento e terá de decidir sobre várias questões legais mal-resolvidas em um caso que julga atos cometidos por Trump enquanto era presidente. A defesa do político pode pedir, por exemplo, que o processo tramite fora do Condado de Fulton -- onde Biden venceu com facilidade em 2020 -- ou em uma vara federal. O juiz foi incorporado ao corpo de magistrados em 2021, depois de ser inspetor-geral, investigando o poder executivo da Geórgia por acusações de fraude e desperdício. Sua equipe descobriu um esquema para desviar 1,3 milhão de dólares do Estado por meio da criação de relatórios educacionais falsos. Ele também obteve a condenação de uma funcionária pública por fingir que estava grávida, de acordo com o website do inspetor-geral. Antes, McAfee foi procurador-assistente dos EUA e promotor-assistente distrital. Foi nesse período que ele era par de Willis. Não se sabe se eles trabalharam juntos. Ele é especializado em grandes traficantes de drogas na procuradoria dos EUA e trabalhou em centenas de casos, incluindo assaltos e assassinatos, na época de promotor, de acordo com o anúncio do governo de quando foi empossado. (Reportagem de Tom Hals em Wilmington, Delaware)
Escrito por Reuters
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