Juros mais altos nos EUA dificultam emissão de títulos sustentáveis no Brasil, diz Haddad
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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o nível mais alto dos juros nos Estados Unidos gera dificuldades para a emissão de títulos soberanos de outros países, ao apontar cenário internacional desafiador para o lançamento de papéis sustentáveis pelo governo brasileiro.
Falando no Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, em participação virtual, Haddad afirmou que o Tesouro Nacional fará sua primeira emissão de títulos vinculados a compromissos de sustentabilidade quando considerar o ambiente econômico oportuno.
'(Títulos sustentáveis do Brasil) serão emitidos tão logo o Tesouro considere oportuna a primeira emissão em virtude de um cenário externo, neste momento, muito desafiador', disse.
'Todos estão acompanhando a evolução das taxas de juros nos Estados Unidos, que hoje são impeditivas de colocar, a taxas mais baixas, títulos soberanos de países em desenvolvimento. Estamos aguardando o melhor momento para lançar os títulos soberanos sustentáveis', acrescentou.
A emissão é um dos eixos da agenda verde do governo federal, que além da captação de recursos, inicialmente estimada em 2 bilhões de dólares para a primeira emissão, busca criar uma referência para o lançamento de títulos desse tipo pelo setor privado.
Na reunião, Haddad afirmou que a reforma tributária aprovada pelo Senado nesta semana merece louvor, embora ainda possa ser aprimorada em 'futuro próximo', ressaltando que a proposta cria incentivos à produção de bens sustentáveis.
O ministro ainda disse que o Brasil 'ficou para trás' nas discussões sobre mercado de carbono, mas que o tema agora avança em projeto que tramita no Congresso com apoio do governo.
Ele enfatizou que o Brasil, no comando do G20, pretende colocar a sustentabilidade 'na ordem do dia', cobrando o repasse de recursos de países desenvolvidos aos emergentes, além de propor a criação de novos instrumentos financeiros que estimulem investimentos verdes.
(Por Bernardo Caram)
Escrito por Reuters
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