Kamala diz que Trump e banimento do aborto legal são responsáveis por morte de mulher na Geórgia
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WASHINGTON (Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse nesta terça-feira que a morte de uma mulher na Geórgia poderia ter sido evitada se o Estado não tivesse banido o aborto legal, e responsabilizou o ex-presidente e candidato rival republicano à Casa Branca, Donald Trump, pelo óbito.
Ao menos duas mulheres na Geórgia morreram depois que elas não conseguiram acessar atendimento médico relacionado com aborto no Estado, de acordo com reportagem na segunda-feira do site de jornalismo investigativo ProPublica.
Amber Nicole Thurman, de 28 anos, morreu em agosto de 2022 após complicações depois de tomar uma pílula abortiva, disse o site, citando relatórios de um comitê estadual que classificou a morte como “evitável”.
“Esta jovem mãe deveria estar viva, criando seu filho e buscando o seu sonho de entrar na faculdade de enfermagem”, disse Kamala, a candidata democrata para a eleição presidencial de 5 de novembro, em um comunicado nesta terça-feira.
“Isso é exatamente o que temíamos quando a decisão Roe vs Wade foi derrubada”, disse. “Essas são as consequências das ações de Donald Trump”.
Trump nomeou durante sua Presidência três dos juízes da Suprema Corte que derrubaram a decisão Roe vs Wade sobre o aborto em 2022, cumprindo a sua promessa de campanha em 2016. Desde então, a Geórgia e cerca de uma dezena de outros Estados dos EUA aprovaram leis que proíbem ou limitam os direitos ao aborto.
“O presidente Trump sempre apoiou exceções para estupro, incesto e risco de vida da mãe, que está previsto na lei da Geórgia. Com essas exceções em vigor, não está claro por que os médicos não agiram rapidamente para proteger a vida de Amber Thurman”, disse assessora de imprensa da campanha de Trump, Karoline Leavitt.
Trump afirmou que acredita que os direitos sobre o aborto devem ser decididos por cada Estado e incluir essas exceções.
Um comitê estadual oficial concluiu que a morte de Thurman foi evitável, segundo a ProPublica. Os médicos e uma enfermeira envolvidos no tratamento de Thurman não responderam a perguntas sobre o seu tratamento, disse.
A decisão da Suprema Corte e as leis estaduais promulgadas na sequência sobre o aborto resultaram em diversas queixas contra hospitais e médicos, alegando que eles estão se recusando a tratar mulheres com complicações na gravidez.
Um grupo de mulheres no Texas pediu às autoridades de saúde dos EUA que investiguem hospitais locais por negarem abortos em casos da arriscada gravidez ectópica, e mulheres em Idaho, Tennessee e Oklahoma entraram com processos alegando que tiveram pedidos de abortos negados, apesar de sofrerem complicações na gravidez que ameaçavam suas vidas.
(Por Doina Chiacu e Timothy Reid)
Escrito por Reuters
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