Líbano espera que inclusão em lista de patrimônios em perigo da Unesco salve obra modernista de Niemeyer
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TRÍPOLI (Reuters) - Seu arco está rachando e seus vastos pavilhões estão vazios, mas a decadente Feira Internacional Rachid Karami, na cidade portuária de Trípoli, no Líbano, agora tem esperança de renascer, após ser adicionada à lista de patrimônios mundiais em perigo da Organização das Nações Unidas.
Projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer em 1962, a coleção de estruturas no terreno de 70 hectares é considerada uma das obras-primas do modernismo do século 20 no Oriente Médio.
Mas o parque de feiras tem decaído lentamente devido a repetidas rodadas de combates nos últimos 60 anos, má manutenção e, mais recentemente, à paralisante crise financeira de três anos do Líbano.
'(O local) foi colocado na Lista de Patrimônios Mundiais de forma excepcional, rápida e urgente --e na lista de patrimônios em perigo porque está em uma situação crítica', disse Joseph Kreidi, encarregado do programa nacional da Unesco para cultura em Beirute.
Falta concreto em algumas partes de seu arco elegante, expondo o vergalhão de aço por baixo. A água da chuva se acumulou nas entradas bloqueadas. Uma seção está isolada por uma placa que diz: 'Entrada insegura no prédio'.
'Colocá-lo na Lista de Patrimônios Mundiais em Perigo é um apelo a todos os países do mundo, como se dissesse: este local precisa de cuidado', disse Kreidi.
Ele disse que cabe às autoridades libanesas elaborar um plano para a proteção e reabilitação do local, mas que a Unesco, a agência cultural das Nações Unidas, pode ajudar a buscar financiamento e fornecer conhecimento técnico.
O Líbano tem outros cinco locais na lista de patrimônios mundiais da Unesco, a maioria deles cidadelas e templos antigos.
Niemeyer é reconhecido como um dos pais da arquitetura moderna e o local em Trípoli foi uma das primeiras incursões no Oriente Médio.
(Reportagem de Issam Abdallah, Emilie Madi e Laila Bassam)
Escrito por Reuters
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