Líderes da Commonwealth dizem que 'chegou a hora' de discutir reparações pela escravidão
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Por James Redmayne e Catarina Demony
APIA, Samoa (Reuters) - Líderes da Commonwealth, que encerram uma semana de conversas em Samoa, afirmaram neste sábado que chegou a hora de discutir se o Reino Unido deveria se comprometer em pagar indenizações por causa do seu papel no transporte negreiro pelo oceano Atlântico.
A escravidão e a reação às mudanças climáticas são dois dos principais temas para os representantes dos 56 países do grupo, a maioria com raízes no Império Britânico, no Encontro de Chefes de Governo da Commonwealth, que começou na segunda-feira na ilha do oceano Pacífico.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, cujo país nega há tempos os pedidos de indenização feitos por países afetados pela escravidão, disse que os debates no encontro 'não são sobre dinheiro'.
Quanto à escravidão, líderes afirmaram em comunicado conjunto que 'concordaram que chegou a hora de ter uma conversa significativa, verdadeira e respeitosa sobre como criar uma base futura comum para a equidade'.
Recentemente, ganhou força em todo o mundo a pressão de ex-colônias para que o Reino Unido pague indenizações ou faça outras reparações por causa da escravidão e seus legados, particularmente entre países caribenhos e da União Africana.
O comunicado também citou 'blackbirding', um termo para o assassinato, coerção ou sequestro de pessoas de lugares como as ilhas do Pacífico, para que trabalhassem em plantações na Austrália e em outros locais.
Os contrários às reparações dizem que os países não devem ser responsabilizados pelos seus erros históricos. Os favoráveis alegam que a escravidão foi a causa para a ampla e persistente desigualdade racial.
O comunicado não menciona quais tipos de reparações seriam efetivados.
Escrito por Reuters
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