Lula defende reunião de cúpula entre UE e Mercosul para decidir definitivamente sobre acordo comercial
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(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira a realização de uma cúpula entre líderes do Mercosul e da União Europeia para decidir de uma vez por todas se os dois blocos firmarão ou não um acordo de livre comércio.
Em entrevista coletiva em Nova Délhi, capital da Índia, onde participou no fim de semana de um encontro entre os líderes dos países do G20, Lula afirmou estar 'com muita vontade' de concluir o acordo até o final deste ano, quando o Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul -- formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
'Eu disse que quero fazer o acordo. Temos que fazer uma reunião em que os presidentes estejam presentes para decidir, e dizer 'quer ou não quer'', disse Lula aos jornalistas.
Ao mesmo tempo, Lula voltou a criticar a carta adicional enviada pela UE ao Mercosul, na qual o bloco europeu cobra compromisso ambiental do grupo sul-americano, e disse que o Mercosul não abre mão do controle sobre as compras governamentais, que disse ser um instrumento de política industrial.
'Nós queremos e nós precisamos (do acordo com a UE). Agora, nós queremos ser tratados em igualdade de condições. Acordo comercial é uma via de duas mãos, eu compro e eu vendo, eu valorizo o meu e valorizo o dele', disse.
'Nós temos que chegar a um ponto de equilíbrio. E, na minha opinião, a gente tem que chegar nesses próximos meses a um acordo ou sim ou não. Ou faz o acordo ou para de discutir o acordo, porque 22 anos ninguém acredita mais', acrescentou referindo-se ao tempo que o acordo vem sendo discutido.
Ao defender um encontro de cúpula, Lula disse ser necessário saber o que a França e a Alemanha pensam do acordo, sendo para isso necessário sentar e discutir com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
O presidente disse ainda que quando os negociadores da UE não conseguem fechar um acordo, é hora de 'entrar a política'.
(Por Eduardo Simões)
Escrito por Reuters
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