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Lula diz que reunião com Zelenskiy não aconteceu porque presidente ucraniano não apareceu

Placeholder - loading - Presidente dos EUA Joe Biden senta-se com o presidente de Comores, Azali Assoumani, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula de Silva, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, durante uma sess
Presidente dos EUA Joe Biden senta-se com o presidente de Comores, Azali Assoumani, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula de Silva, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, durante uma sess

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HIROSHIMA, Japão (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, durante a cúpula do Grupo dos Sete, no Japão, não foi realizada porque Zelenskiy se atrasou e não apareceu para a reunião.

'O fato é muito simples, tinha uma bilateral com a Ucrânia aqui neste salão às 15h15. Nós esperamos e aí recebemos a informação que eles tinham atrasado, enquanto isso eu atendi o presidente do Vietnã, e quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outros compromissos e não pode vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu', disse Lula em entrevista coletiva na cidade japonesa.

Mais cedo, o presidente da Ucrânia minimizou o fato de não ter se reunido com Lula durante a cúpula do G7 e afirmou que o encontro não ocorreu devido a um problema de agenda.

Indagado se estava desapontado pelo fato da reunião não ter acontecido, ele afirmou em entrevista coletiva que Lula é que deve ter ficado decepcionado.

'Acho que desapontou a ele', respondeu sorrindo e provocando risadas dos repórteres.

Em sua entrevista coletiva, Lula disse não ter ficado decepcionado por não ter encontrado Zelenskiy, mas sim 'chateado', porque gostaria de ter discutido o conflito com ele.

'Mas veja, o Zelenskiy é maior de idade, ele sabe o que faz', disse Lula. 'Não deu, é isso. Mas não faltará oportunidade para a gente se encontrar e conversar.'

O presidente afirmou também que está disposto a se reunir tanto com Zelenskiy quanto com o líder da Rússia, Vladimir Putin, ao mesmo tempo que disse que seu assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, disse-lhe que no momento não há clima para discutir a paz na Ucrânia com os dois líderes, após reunir-se recentemente com ambos.

'Sinto que nem o Putin nem o Zelenskiy estão falando em paz agora. Parece que os dois estão convencidos que alguém vai ganhar e não precisa discutir a paz. Eu estou convencido que se não houver uma discussão sobre a paz essa guerra pode ser muito longa e eu acho que é importante a gente evitar que continue morrendo gente, e somente a paz é que vai fazer isso', disse Lula.

'Na hora que for necessário encontrar com o Zelenskiy e encontrar com o Putin, eu não tenho problema nenhuma em viajar à Ucrânia e viajar à Rússia, mas por enquanto, do que eu ouvi do meu representante, não é possível neste instante. Então primeiro temos que ver quando que um dos dois vai querer discutir a paz.'

Lula disse que está buscando construir um bloco de países do Sul global para criar condições para conversas de paz e afirmou que tem tratado do assunto com representantes de China, Índia e Indonésia.

'Eu ouvi atentamente o discurso do Zelenskiy no encontro, ele certamente ouviu meu discurso atentamente no encontro e eu continuo com a mesma posição que estava antes. Estou tentando com outros países, com a Índia, com a China, com a Indonésia e outros países para tentar construir um bloco para tentar uma política de paz no mundo', disse.

'Há um grupo de países do Sul que quer encontrar a paz que o Norte não está conseguindo fazer. Então tem uma parte que quer a guerra e uma parte que quer a paz. Espero que a parte que quer a paz saia vencedora disso.'

Lula voltou a dizer que o Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia e disse que os ucranianos têm o direito de defender seu território, ao mesmo tempo que insistiu na defesa da elaboração de um bloco de países sem envolvimento no conflito para negociar o fim da guerra.

(Por Ekaterina Golubkova, Anthony Boadle e Dan Peleschuk; Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo, edição Alberto Alerigi Jr.)

Escrito por Reuters

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