Maia diz que Bolsonaro supera delírios e devaneios de Trump e sugere que partidos acionem presidente
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira que o presidente Jair Bolsonaro supera os 'delírios e devaneios' do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sugeriu que os partidos acionem à Justiça para que o chefe do Executivo explique as alegações --sem provas-- de que houve fraude na eleição que venceu em 2018.
'A frase do presidente Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE e seus juízes. Os partidos políticos deveriam acionar a Justiça para que o presidente se explique. Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump', disse Maia em sua conta no Twitter.
Maia fez seu comentário em cima de uma reportagem que citava as declarações por Bolsonaro feitas a apoiadores de que teria havido fraude nas eleições para presidente dos Estados Unidos -- autoridades daquele país descartaram tais afirmações.
Também sem provas, o presidente repetiu ter havido fraude em sua eleição em 2018 --quando venceu por meio da votação por urnas eletrônicas-- e chegou a dizer que a sucessão em 2022, caso não seja adotado o voto impresso, terá uma situação pior do que os EUA passaram na véspera com a invasão do Congresso daquele país por apoiadores do presidente Donald Trump durante a sessão que iria certificar a vitória do democrata Joe Biden à Presidência.
Além de crítico do sistema de urnas eletrônicas, Bolsonaro também é entusiasta de Trump, derrotado em sua tentativa de reeleição por Biden.
O voto em urna eletrônica no Brasil foi adotado em 1996 e, desde então, nunca foi registrada uma denúncia fundamentada de fraude contra o sistema e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante que o resultado das eleições podem ser auditados.
No ano passado, Bolsonaro afirmou que a eleição de 2018, na qual foi eleito, foi fraudada e que ele deveria ter vencido no primeiro turno. Na ocasião, prometeu que apresentaria provas das alegações, o que nunca fez.
(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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