Maior parte de emissões recentes de CO2 está ligada a apenas 57 produtores, mostra relatório
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Por Kate Abnett e Riham Alkousaa
BRUXELAS/BERLIM (Reuters) - A grande maioria das emissões de dióxido de carbono que causam o aquecimento do planeta desde 2016 pode ser atribuída a um grupo de 57 produtores de combustíveis fósseis e cimento, disseram pesquisadores nesta quinta-feira.
De 2016 a 2022, as 57 entidades, incluindo países, empresas estatais e companhias de propriedade de investidores, produziram 80% das emissões mundiais de CO2 provenientes da produção de combustíveis fósseis e de cimento, disse o relatório Carbon Majors do think tank sem fins lucrativos InfluenceMap.
As três maiores empresas emissoras de CO2 do mundo no período foram a estatal saudita de petróleo Saudi Aramco, a estatal russa Gazprom e a estatal indiana Coal India, segundo o relatório.
A Saudi Aramco não quis comentar. A Coal India e a Gazprom não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
O relatório constatou que a maioria das empresas expandiu sua produção de combustíveis fósseis desde 2015, ano em que quase todos os países assinaram o Acordo de Paris da Organização das Nações Unidas (ONU), comprometendo-se a tomar medidas para conter as mudanças climáticas.
Desde então, embora muitos governos e empresas tenham estabelecido metas de emissões mais rígidas e expandido rapidamente a produção de energia renovável, eles também produziram e queimaram mais combustíveis fósseis, causando o aumento das emissões.
As emissões globais de CO2 relacionadas à energia atingiram um recorde no ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia.
O InfluenceMap disse que suas descobertas mostraram que um grupo relativamente pequeno de emissores é responsável pela maior parte das emissões contínuas de CO2 e que seu objetivo é aumentar a transparência sobre quais governos e empresas estão causando as mudanças climáticas.
'Ele pode ser usado em uma variedade de casos, desde processos legais que buscam responsabilizar esses produtores por danos climáticos, ou pode ser usado por acadêmicos para quantificar suas contribuições, ou por grupos de campanha, ou mesmo por investidores', disse Daan Van Acker, gerente de programa da InfluenceMap, sobre o relatório.
Escrito por Reuters
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