Manifestantes contra anistia para Catalunha entram em confronto com polícia em frente à sede do PS espanhol

Por Guillermo Martinez e Elena Rodriguez

MADRI (Reuters) - A polícia espanhola usou nesta segunda-feira cassetetes contra um grupo de manifestantes que protestava em Madri, algumas usando sinalizadores, do lado de fora da sede do Partido Socialista, contra uma proposta de lei de anistia relacionada à tentativa da Catalunha de obter independência.

Os confrontos causaram cenas caóticas de pessoas correndo em meio à fumaça e alguns contêineres de lixo jogados na rua, mostraram imagens de vídeo da Reuters.

Cerca de 4.000 pessoas participaram do protesto, incluindo o líder do partido de extrema-direita Vox, Santiago Abascal, e pelo menos um manifestante foi preso, de acordo com a imprensa local.

A polícia usou balas de borracha e fumaça para dispersar a multidão, enquanto algumas pessoas empurravam cercas que protegiam a sede do partido e atiravam garrafas na polícia, de acordo com o jornal El País.

A lei de anistia foi proposta pelo primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, que está tentando formar um governo após a eleição de julho não ter produzido um claro vitorioso. Ele quer o apoio de dois partidos separatistas catalães para formar uma coalizão. O maior beneficiário seria Carles Puigdemont, que liderou a fracassada tentativa de independência da Catalunha em 2017.

Os socialistas estão próximos de um acordo com o partido de Puigdemont, o Junts, mas a lei tem sido muito criticada por partidos conservadores e juízes, que acusam o premiê de prejudicar o estado de direito.

O protesto foi convocado por uma organização nacionalista espanhola, e outros atos ocorreram em demais cidades espanholas, como Barcelona.

“Atacar a sede do PSOE é atacar a democracia e todos os que acreditam nela”, postou Sánchez no X, usando a sigla do Partido Socialista na Espanha.