Manifestantes entram em confronto com polícia da Geórgia por atraso do governo em adesão à UE
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Por Felix Light
TBILISI (Reuters) - A polícia entrou em confronto com manifestantes na capital da Geórgia, Tbilisi, na sexta-feira (horário local) , após o partido da situação anunciar que o governo iria suspender as negociações para a adesão do país à União Europeia, além de recusar subsídios orçamentários do bloco até 2028.
Segundo o Ministério do Interior, três policiais ficaram feridos nos confrontos. A polícia ordenou a dispersão dos manifestantes, disparou canhões de água e usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra jovens mascarados que tentavam entrar no Parlamento. Alguns manifestantes atiraram fogos de artifício contra a polícia e gritavam 'Russos' e 'Escravos!'. As relações entre a Geórgia e a União Europeia se deterioraram drasticamente nos últimos meses. Bruxelas alegou que o governo havia recorrido a medidas autoritárias e adotado posições pró-Rússia. Antes dos confrontos, milhares de manifestantes pró-UE bloquearam ruas da capital.
O bloco governista Sonho Georgiano acusou a UE de 'uma cascata de insultos', dizendo em comunicado que a entidade usava a perspectiva de negociações de adesão para 'chantagear' o país e 'organizar uma revolução'.
Como resultado, disse: 'Decidimos não colocar a questão da abertura de negociações com a União Europeia na agenda até o final de 2028. Além disso, recusamos qualquer subsídio orçamentário da União Europeia até o final de 2028.'
O país de 3,7 milhões de habitantes tem o objetivo de adesão à UE escrito em sua Constituição, e há tempos figura entre os Estados sucessores da União Soviética mais pró-Ocidente. O partido Sonho Georgiano afirma não ser pró-Rússia e diz que está comprometido com a democracia e a integração com o Ocidente.
Pesquisas de opinião apostam que 80% dos georgianos apoiam a adesão à UE, e a bandeira do bloco é vista ao lado da nacional fora de praticamente todos os prédios públicos do país.
(Reportagem de Felix Light; reportagem adicional de Lili Bayer em Bruxelas)
Escrito por Reuters
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