Médico diz que forças israelenses 'não encontraram nada' e que há poucos suprimentos em hospital de Gaza
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Por Abir Ahmar
DUBAI (Reuters) - Um médico do hospital Al Shifa, na Faixa de Gaza, disse nesta sexta-feira que as forças israelenses 'não encontraram nada' durante as buscas no complexo hospitalar, e que comida e água estavam acabando.
O médico Ahmed El Mokhallalati afirmou à Reuters por telefone que, apesar das condições 'difíceis' do hospital, nenhum bebê havia morrido desde que as tropas israelenses entraram no local na quarta-feira.
Israel diz que o Hamas tem um centro de comando embaixo do hospital, uma afirmação que o grupo militante palestino nega. A Reuters não conseguiu verificar a situação no hospital de forma independente.
'É uma situação totalmente aterrorizante, aqui os tanques israelenses e os soldados israelenses têm se movimentado dentro da área do hospital, por todo o hospital', disse Mokhallalati, um cirurgião nascido na Irlanda que se formou no Cairo e trabalhou em Londres.
'A situação é totalmente difícil. Eles estão atirando o tempo todo, em todas as áreas.'
As Forças Armadas israelenses disseram na quinta-feira que descobriram um túnel do Hamas e um veículo com armas no complexo hospitalar Al Shifa. Também divulgaram vídeos e fotografias para apoiar sua declaração.
Falando em inglês, Mokhallalati disse: 'Eles não encontraram nada. Não encontraram uma única resistência. Nenhum tiro contra eles dentro da área do hospital'.
O hospital, lotado de pacientes e pessoas deslocadas e com dificuldades para continuar funcionando, tornou-se um foco de preocupação global.
Mokhallalati afirmou que militares israelenses forneceram alguns suprimentos desde que entraram no hospital, mas que eram insuficientes.
'O que aconteceu foi que as pessoas ficaram sem comida e sem água potável', disse Mokhallalati. 'E então, ontem, eles providenciaram alguns, apenas alguns alimentos e água, o que é muito, muito mínimo, que não cobre, talvez, 40% do número de pessoas por aqui.'
O Dr. Mohamed Tabasha, chefe do departamento de pediatria do Al Shifa, disse na segunda-feira que três bebês recém-nascidos haviam morrido devido aos problemas crescentes no hospital e que os 36 recém-nascidos restantes estavam em risco.
'Até ontem, eles eram 36, felizmente ninguém perdeu a vida', declarou ele nesta sexta-feira.
Escrito por Reuters
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