Médicos especialistas em Israel tentam descobrir mortes de reféns em Gaza
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Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Mesmo enquanto tenta recuperar os reféns por meio de negociações indiretas com o Hamas e operações do Exército na Faixa de Gaza, Israel tem declarado alguns dos desaparecidos como mortos em cativeiro, uma medida criada para dar aos parentes ansiosos um pouco de paz.
Um comitê médico composto por três pessoas tem analisado os vídeos do ataque de 7 de outubro de homens armados palestinos liderados pelo Hamas no sul de Israel em busca de sinais de ferimentos letais entre os sequestrados e cruzado com o depoimento de reféns libertados durante a trégua de uma semana em Gaza, que terminou na sexta-feira.
Isso pode ser suficiente para determinar que um refém morreu, mesmo que nenhum médico tenha declarado isso formalmente sobre seu corpo, disse Hagar Mizrahi, uma autoridade do Ministério da Saúde israelense que lidera o painel criado em resposta a uma crise que já está em seu terceiro mês.
'A designação de morte nunca é uma questão fácil, e certamente não na situação que nos envolve', disse ela à rádio Kan de Israel. Seu comitê atende ao 'desejo das famílias dos entes queridos sequestrados em Gaza de saber o máximo possível'.
Das cerca de 240 pessoas sequestradas, 108 foram libertadas pelo Hamas em troca da libertação, por Israel, de dezenas de detidos palestinos, bem como do aumento do envio de ajuda humanitária para Gaza.
Desde a trégua, as autoridades israelenses declararam sete civis e um coronel do Exército como mortos em cativeiro. Israel afirma que 137 reféns permanecem em Gaza, e sua condição nem sempre é conhecida.
As conclusões não foram confirmadas pelo Hamas. O grupo disse anteriormente que dezenas de reféns foram mortos em ataques aéreos israelenses, além de já ter ameaçado a execução deles e sugerido que alguns estavam nas mãos de outras facções palestinas armadas.
Os reféns têm sido mantidos fora de comunicação, apesar dos apelos de Israel à Cruz Vermelha para a organização de visitas a fim de verificar o bem-estar.
Mizrahi disse que ela e seus pares de painel -- um patologista forense e um clínico de traumas físicos -- têm assistido a clipes filmados pelos próprios militantes do Hamas, vídeos de celulares de espectadores palestinos e imagens de circuitos fechados da tomada de reféns 'repetidamente, quadro a quadro'.
Isso permitiu que eles mapeassem os ferimentos com risco de morte e identificassem qualquer interrupção da respiração ou de outros reflexos essenciais.
Considerações adicionais foram o manuseio rude dos reféns pelos sequestradores, as chances reduzidas de obterem atendimento médico adequado em Gaza e os relatos de mortes de ex-colegas reféns.
'Nós montamos o quadro geral', disse Mizrahi, acrescentando que toda determinação de morte deve ser acordada de forma unânime.
Escrito por Reuters
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