Médicos Sem Fronteiras diz que ajuda humanitária tem baixo impacto em 'oceano' de necessidades em Gaza
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Por Aidan Lewis
(Reuters) - Equipes médicas só são capazes de ajudar com uma pequena fração das necessidades humanitárias da Faixa de Gaza, em um momento no qual as condições locais se deterioram após quase 15 semanas de guerra, disse nesta sexta-feira a Médicos Sem Fronteiras (MSF).
A falta de profissionais e suprimentos de saúde, a negação de acesso por parte de Israel, os danos acumulados e os riscos das ações militares israelenses transformaram em um grande desafio tratar ferimentos, oferecer procedimentos de rotina, evitar a disseminação de doenças e combater a crescente subnutrição, informou o órgão.
“Nosso impacto é muito, muito pequeno, porque há quase 2 milhões de pessoas que precisam de assistência à saúde”, afirmou no Cairo Enrico Vallaperta, um enfermeiro de uma unidade de terapia intensiva que voltou na quinta-feira de uma missão do MSF na Faixa de Gaza. “Se você compara com as necessidades, o que estamos fazendo é realmente uma gota no oceano.”
A ofensiva israelense no enclave, lançada após a invasão de militantes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, desalojou cerca de 75% dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza e causou uma grande crise humanitária.
Mais de um milhão de pessoas estão amontoadas na região de Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde muitos têm apenas plásticos para se protegerem da chuva e do frio.
Há escassez de alimentos, remédios, eletricidade e combustíveis, e as remessas de ajuda humanitária que vêm de fora estão atrasadas por regimes de inspeção demorados e complicações logísticas no próprio enclave.
A falta de atendimento na Faixa de Gaza resultou em amputações feitas com pouca ou nenhuma anestesia, mulheres dando à luz sem ajuda médica e surtos de diarreia e doenças respiratórias, afirmaram membros do MSF.
“A situação global é extremamente, extremamente preocupante em termos da situação da saúde pública na Faixa de Gaza e a piora das condições em solo', afirmou Helen Ottens-Patterson, coordenadora de atendimento emergencial da instituição.
Escrito por Reuters
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