Mensagens mostrariam que Moraes usou TSE fora do rito para investigar bolsonaristas; ministro nega
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(Reuters) - O gabinete de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal teria usado mensagens de forma não oficial para pedir a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no STF, durante e após as eleições de 2022, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Em nota, no entanto, o gabinete de Moraes diz que todas as ações foram feitas de forma oficial.
Segundo a Folha, diálogos aos quais reportagem do jornal teve acesso mostram como o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, presidido à época por Moraes, teria sido usado como um braço investigativo do gabinete do ministro no STF.
As mensagens, diz a Folha, revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.
A Folha disse ter tido acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes.
À noite, porém, o gabinete de Moraes divulgou uma nota afirmando que no curso das investigações dos inquéritos das fake news e das milícias digitais, 'nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral'.
Segundo a nota, os relatórios descreviam postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais. O gabinete diz ainda que vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal 'para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria-Geral da República'.
'Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República', conclui a nota.
(Redação São Paulo)
Escrito por Reuters
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