Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Mercado irregular de combustíveis soma 13 bi de litros, estima Vibra Energia

Placeholder - loading - Bomba de combustível em um posto de gasolina da Petrobras em Brasília 07/03/2022 REUTERS/Adriano Machado
Bomba de combustível em um posto de gasolina da Petrobras em Brasília 07/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

Publicada em  

Atualizada em  

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Vibra Energia está colocando recursos no combate ao crime no setor de combustíveis e calcula que o fim de irregularidades no segmento permitiria um retorno de 13 bilhões de litros por ano ao mercado formal do Brasil, afirmaram executivos da companhia nesta quinta-feira.

O volume de combustíveis apropriado pelo crime foi calculado pela Vibra -- ex-BR Distribuidora e maior distribuidora do Brasil -- em conjunto com a consultoria McKinsey.

Considerando apenas a participação de mercado da Vibra, a companhia acredita que poderia recuperar cerca de 1,5 bilhão de litros por ano com uma redução hipotética de aproximadamente 40% das fraudes.

'Existem 13 bilhões de litros de combustíveis que, se regularizar o setor, ele volta para o mercado formal', afirmou o vice-presidente de Jurídico, Compliance e Relações Institucionais da Vibra, Henry Hadid, durante encontro com investidores para discutir as estratégias da companhia.

'Existe uma piscina de litros pela qual a gente pode lutar e a gente vai cada vez mais focar nessa briga contra o mercado irregular.'

O executivo não deixou claro quanto o mercado de combustíveis vendidos com alguma ilegalidade, incluindo a sonegação de impostos, representa das vendas totais de combustíveis no país.

Mas levando em conta as vendas totais das distribuidoras em 2023, segundo dados da reguladora ANP, o volume representaria cerca de 8,7% do mercado.

FORMAS DE COMBATE

O presidente da Vibra, Ernesto Pousada, destacou que a empresa está trabalhando em conjunto com o Instituto Combustível Legal (ICL), mas que também criou uma estrutura própria para combater as irregularidades, em meio a um crescimento importante do crime no setor, que tem atingido as companhias.

Neste ano, a reguladora ANP suspendeu cautelarmente a licença de empresas suspeitas de atuar na ilegalidade e tem aumentado o cerco contra irregularidades, juntamente com diversas autoridades.

'O problema mudou de nível... é um problema de país, você tem governadores, ministros falando sobre esse assunto. Acho que definitivamente nós temos uma chance, talvez única na mão, de reduzir definitivamente o problema de ilegalidade nesse país', disse Pousada.

O presidente ressaltou que a empresa criou áreas específicas em Brasília e no Rio de Janeiro com esse objetivo, que estão sob os cuidados do vice-presidente de Jurídico, Compliance e Relações Institucionais, Henry Hadid.

Dentre os temas, Pousada afirmou que as áreas cuidam inclusive de questões relacionadas ao legislativo federal. Uma das prioridades, segundo ele, é a monofasia do etanol, que poderá contribuir com a redução de ilegalidades.

Na tributação monofásica, o imposto é maior na produção, por exemplo, diminuindo a incidência de alíquotas nas etapas posteriores de comercialização.

A companhia acredita no crescimento do consumo de etanol nos próximos anos, com o avanço de carros híbridos.

'Eu, pessoalmente, tenho me envolvido com o ICL muito mais do que talvez nos últimos 12, 18 meses, então nós estamos com uma agenda definitiva para que isso avance', afirmou.

Recentemente, o presidente da Raízen, gigante da distribuição de combustíveis e na produção de açúcar e etanol, Ricardo Mussa, também afirmou ver oportunidades para ganhar mercado na distribuição, com o combate às ilegalidades no segmento.

Na ocasião, Mussa disse que o setor e a sociedade, juntamente com governos, têm feito um combate 'muito forte' contra a práticas ilegais na distribuição de combustíveis, e algumas distribuidoras com suspeitas de ilegalidades, que operavam com 'preços muito descontados', estão saindo do mercado.

Dados do ICL, a partir de estudos contratados junto à Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam que as perdas tributárias do setor de combustíveis com irregularidades chegam a 14 bilhões de reais e as perdas operacionais somam 10 bilhões de reais, segundo números apresentados pela Vibra.

Também presente do evento, o presidente do ICL, Emerson Kapaz, destacou que o governo está se dando conta de como o mercado irregular de combustíveis tem afetado as contas federais.

'Esse déficit que ele (o governo) tem hoje, ele vai buscar muito mais rapidamente aqui dentro do que brigar com a Shein', afirmou Kapaz. 'Quer resolver o problema do déficit, venha com a gente', disse, citando a polêmica do chamado imposto das blusinhas, que taxa compras internacionais de até 50 dólares.

(Por Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. mercado irregular de …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.