Militares são condenados a mais de 28 anos de prisão por morte de músico e catador no Rio
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Oito dos doze militares das Forças Armadas acusados de envolvimento nas mortes de um músico que teve o carro fuzilado por mais de 60 tiros e de um catador que tentou socorrê-lo na zona oeste do Rio em 2019 foram condenados pela Justiça Militar nesta quinta-feira a penas superiores a 28 anos de prisão.
A perícia apontou que foram disparados quase 260 tiros contra o veículo de passeio em que estavam o músico Evaldo Rosa, sua esposa, seu filho menor de idade, uma amiga e seu sogro. O carro teria sido confundido pelos militares com um veículo que teria sido usado por criminosos na região.
Os militares abriram fogo contra o carro e o músico morreu na hora. O catador de material reciclável Luciano Macedo passava pelo local e tentou socorrer a família, acabando por também ser atingido pelos disparos feitos pelos militares. Ele morreu dois dias depois em um hospital.
A Justiça Militar considerou os oito militares culpados pelos crimes de duplo homicídio e tentativa de homicídio.
O tenente que comandou a operação foi condenado a 31 anos de prisão, enquanto outros sete militares receberam sentenças de 28 anos de reclusão.
'Depois de muito tempo, acho que agora vou conseguir dormir', disse a jornalistas Luciana Rosa, viúva do músico, após o término do julgamento.
Os militares acompanharam o julgamento presencialmente e estavam fardados. Eles permanecerão em liberdade até que todos os recursos contra a condenação sejam analisados.
A defesa dos condenados informou que recorrerá das sentenças, que considerou exageradas. Os advogados argumentaram que o local onde o músico e o catador foram mortos é violento e perigoso.
Escrito por Reuters
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