Ministro do TCU pede vista do processo de privatização da Eletrobras
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(Reuters) - O ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo pediu vista do processo de privatização da Eletrobras em sessão plenária desta quarta-feira, o que pode comprometer o cronograma de privatização da empresa.
Segundo ele, o pedido de vista será na 'forma regimental'. O ministro disse que seriam necessários 60 dias para analisar melhor o caso.
Se for mantido este prazo, o governo pode perder o 'timing' para privatizar a empresa ainda no primeiro semestre, antes do período eleitoral.
Em sua exposição, Vital fez críticas à falta de informações sobre o impacto da privatização na conta de luz dos consumidores de energia.
Segundo ele, o poder concedente 'não calculou' o efeito tarifário do processo porque alega não ter tido tempo hábil.
Ainda de acordo com o ministro, há inconsistência nos investimentos previstos para a Eletrobras privatizada.
'Há uma evidente contradição entre o discurso para justificar a privatização da Eletrobras, a garantia de investimentos, entre os estudos apresentados ao TCU que preveem ao final de 30 anos a ausência completa de investimentos... A tese de garantir investimentos ao setor não pára em pé.'
Após o pedido de vistas, o ministro Jorge Oliveira sugeriu que o prazo para a devolutiva de Vital seja encurtado para sete dias, assim como foi deliberado para o processo do 5G.
O julgamento sobre a Eletrobras foi retomado nesta quarta-feira no TCU, com a exposição do voto do relator, ministro Aroldo Cedraz.
Cedraz sugeriu determinar que o BNDES, responsável por liderar os estudos técnicos da privatização, faça ajustes nos referenciais de preço de longo prazo utilizados para estimar as receitas de geração da Eletrobras.
O relator também chegou a defender mudanças na cláusula de 'poison pill' --que dá garantias a acionistas minoritários e impede uma tomada de controle por um acionista-- para permitir uma eventual reestatização da Eletrobras. Entretanto, ele disse que reconsiderou sua posição inicial sobre o tema após receber contribuições de Jorge Oliveira.
(Por Letícia Fucuchima e Ricardo Brito)
Escrito por Reuters
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