Mourão diz que tentativa da coligação de Bolsonaro de contestar eleição não vai prosperar
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Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira que a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de contestar a eleição perdida no mês passado provavelmente não terá sucesso, mas argumentou que é necessária mais transparência no processo eleitoral brasileiro.
A coligação de Bolsonaro protocolou uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira alegando que teria havido falha no funcionamento de urnas anteriores a 2020, pedindo, ainda, que os votos registrados por esses equipamentos sejam anulados, o que reverteria o resultado das eleições que concedeu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva.
Parece improvável que o processo avance, já que a vitória de Lula foi ratificada pelo TSE e reconhecida pelos principais políticos brasileiros e aliados internacionais. Ainda assim, ela pode abastecer um movimento de protestos pequeno, porém persistente, que até agora se recusou a aceitar os resultados eleitorais.
Falando a repórteres no último dia de uma visita oficial a Lisboa, Mourão disse acreditar que a reclamação de Bolsonaro “não vai prosperar”, acrescentando: “Acho que é uma questão que vamos ter de resolver adiante”.
Mas Mourão também criticou o TSE, alegando que as 'respostas lacônicas' do tribunal não são suficientes.
'Há uma parcela da nossa sociedade que considera que o processo (eleitoral) tem problemas', disse Mourão. 'Eu, da minha parte, vejo que nós precisamos de mais transparência nesse processo.'
Bolsonaro há anos afirma que o sistema de votação eletrônica do país é passível de fraude, sem fornecer evidências substanciais. Desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1996, nunca houve registro de fraude nas eleições.
Bolsonaro permaneceu em silêncio público por quase 48 horas após o resultado oficial da eleição em 30 de outubro, e ainda não admitiu a derrota, embora tenha autorizado seu governo a participar da transição.
Mourão disse que cabe a Bolsonaro, como presidente, entregar a faixa presidencial a Lula na cerimônia de posse do dia 1º de janeiro. 'Independentemente do processo, independentemente de se gostar ou não da pessoa'.
Escrito por Reuters
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