Não é patriota quem destrói patrimônio público, diz presidente do TCU ao tomar posse
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Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, criticou de forma velada em seu discurso de posse nesta quarta-feira os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que protagonizaram episódios de violência em Brasília na segunda-feira, ao afirmar que não são patriotas aqueles que destroem o patrimônio público e privado.
Em cerimônia com as presenças do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, Dantas também fez uma defesa da transparência na administração pública.
'Não é patriota quem prega violência, quem destrói o patrimônio público ou privado, quem agride ou fere terceiros por diferenças ideológicas, quem se arma para derramar o sangue de seus patrícios', discursou o novo presidente da corte de contas, antes de ser aplaudido.
'Não é patriota quem drena a energia, a alegria e a paz de seu povo', acrescentou.
Na segunda-feira, dia em que Lula e Alckmin foram diplomados pelo TSE, manifestantes bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, depredaram e incendiaram carros e ônibus e vandalizaram um posto de combustível, após o STF determinar a prisão de um indígena apoiador do presidente acusado de envolvimento em atos antidemocráticos.
Sentado ao lado de Lira na cerimônia, Dantas disse que a democracia não admite fatos secretos, em um momento em que o STF julga contestações à constitucionalidade do chamado orçamento secreto, que Lira prefere chamar de 'orçamento municipalista' e defende com entusiasmo. O presidente do TCU é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político de Lira em Alagoas.
'A transparência dos atos governamentais é exigência da democracia, que rejeita biombos, véus e escaninhos secretos na administração pública', disse Dantas, em um comentário que também pode ser visto como uma crítica a decretos de sigilo de 100 anos sobre atos do governo feitos na gestão Bolsonaro.
Dantas também elogiou Moraes pelo discurso que fez na cerimônia de diplomação de Lula e Alckmin, no qual o presidente do TSE afirmou que aquela solenidade atesta a vitória da democracia e que os que promoveram discursos de ódio serão responsabilizados.
(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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