Netanyahu convoca gabinete de guerra, com sinais cada vez maiores de acordo por reféns
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Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou seu gabinete de guerra nesta terça-feira, em meio a sinais cada vez maiores de um acordo iminente pela libertação dos reféns que foram levados pelos militantes do Hamas à Faixa de Gaza mais de seis semanas atrás.
“Estamos progredindo. Eu não acho que valha a pena dizer muita coisa, nem mesmo neste momento, mas eu espero que haverá boas notícias em breve”, disse Netanyahu a reservistas, sem entrar em mais detalhes.
Seu gabinete disse que “diante dos desenvolvimentos na questão da libertação dos nossos reféns”, ele convocaria seu gabinete de guerra às 18h (horário local), antes de reuniões com seu gabinete de segurança mais amplo e todo o ministério.
Dois membros de extrema-direita do governo de Netanyahu disseram que votariam contra o acordo quando o ministério completo se reunir às 20h (horário local), embora não tivessem a expectativa de mudar o resultado.
Conversas sobre um acordo iminente pelos reféns circulam há dias. O Hamas levou cerca de 240 reféns, incluindo crianças e idosos, durante seu ataque em 7 de outubro contra Israel que matou 1.200 pessoas, segundo a contagem israelense.
Kamelia Hoter Ishay, avó de Gali Tarshansky, de 13 anos, que seria um dos reféns mantidos em Gaza, disse que estava tentando não seguir todas as reportagens sobre o acordo porque estava com medo de ficar decepcionada.
“A única coisa que estou esperando é pela ligação da minha filha, Reuma, que dirá ‘Gali está voltando’. E então eu saberei que realmente acabou e posso respirar aliviada e dizer é isso, acabou”, afirmou.
Tarshansky foi sequestrada de sua casa no kibutz Beeri, uma das comunidades mais atingidas pelo Hamas.
Em um sinal de que espera o retorno dos reféns em breve, o gabinete de Netanyahu disse que reuniria os diretores-gerais de todos os ministérios relevantes para preparar tratamento e ajuda.
Uma autoridade dos Estados Unidos informada sobre as discussões mediadas pelo Catar afirmou que o acordo incluiria 50 reféns, a maioria mulheres e crianças, em troca de 150 prisioneiros palestinos e uma pausa de quatro ou cinco dias nos combates.
Uma fonte com conhecimento das negociações afirmou que haveria estrangeiros entre os libertados.
Os dois ministros de extrema-direita do governo Netanyahu, o ministro das Finanças, Bezalel Smotric, e o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, afirmaram que a melhor maneira de conseguir um bom acordo era mantendo pressão militar.
Antes de o governo se reunir, Smotrich disse em um comunicado que, se os relatos forem corretos, “o acordo proposto é ruim e não deveríamos concordar com ele. É ruim para a segurança de Israel, ruim para os reféns e ruim para os soldados da IDF”.
(Reportagem de Maayan Lubell em Jerusalém, Eli Berlzon, Henriette Chacar, Maayan Lubell, Steve Holland, Jonathan Landay e Steven Schee)
Escrito por Reuters
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