Nicarágua estreita laços com China e busca apoio financeiro em meio a sanções ocidentais
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Por Joe Cash
PEQUIM (Reuters) - A China e a Nicarágua estreitaram seus laços bilaterais nesta quarta-feira, preparando o terreno para que o gigante asiático forneça mais apoio econômico ao país centro-americano sancionado e promovendo as ambições estratégicas de Pequim no quintal dos Estados Unidos.
Pequim e Manágua restabeleceram laços diplomáticos em 2021 depois que a Nicarágua rompeu relações com Taiwan, reivindicada pela China, o que as autoridades norte-americanas atribuíram ao fascínio da perspectiva de novos investimentos chineses depois que os países ocidentais sancionaram o governo do presidente Daniel Ortega por abusos de direitos humanos.
'Estou disposto a trabalhar com o presidente Ortega para tomar o anúncio de hoje de uma parceria estratégica China-Nicarágua como um novo começo, para impulsionar as relações entre nossos dois países para construir um modelo de solidariedade, cooperação e benefício mútuo', disse o presidente chinês Xi Jinping a Ortega durante um telefonema para marcar o segundo aniversário da retomada dos laços diplomáticos, informou a mídia estatal chinesa.
Xi disse que o Acordo de Livre Comércio China-Nicarágua entrará em vigor em 1º de janeiro.
A China, segunda maior economia do mundo, já é um grande investidor na América Latina e pode fornecer à Nicarágua um apoio financeiro necessário, à medida que os Estados Unidos têm aumentado a pressão econômica sobre o governo de Ortega.
'A China também está disposta a fortalecer a solidariedade e a cooperação com a Nicarágua em assuntos internacionais e a se opor à hegemonia e à política de poder', disse Xi segundo a mídia estatal.
A Nicarágua também enfrenta sanções de Canadá, Reino Unido e países europeus, enquanto um relatório do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em março, concluiu que o governo nicaraguense havia cometido 'violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos que equivalem a crimes contra a humanidade'.
Em 2018, o governo de Ortega empreendeu uma sangrenta repressão aos protestos contra o governo - os quais ele tornou ilegais - e prendeu dezenas de figuras da oposição que as autoridades acusaram de fomentar um golpe.
Escrito por Reuters
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