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ONU diz que Taliban deteve jornalistas mais de 250 vezes no Afeganistão desde que tomou poder

Placeholder - loading - Membros do Talibã participam de manifestação para marcar o terceiro aniversário da queda de Cabul, em Cabul, Afeganistão 14/08/2024 REUTERS/Sayed Hassib
Membros do Talibã participam de manifestação para marcar o terceiro aniversário da queda de Cabul, em Cabul, Afeganistão 14/08/2024 REUTERS/Sayed Hassib

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(Reuters) - A missão da ONU no Afeganistão disse nesta terça-feira que o Taliban, que governa o país, deteve arbitrariamente jornalistas por 256 vezes desde que assumiu o poder há três anos e pediu que as autoridades nacionais protejam a imprensa.

Em uma resposta que acompanha o relatório, o Ministério das Relações Exteriores, liderado pelo Taliban, negou ter prendido esse número de jornalistas e acrescentou que os que foram detidos haviam cometido um crime.

Os jornalistas no Afeganistão trabalhavam sob 'condições desafiadoras', segundo a missão da ONU (Unama) e o Gabinete de Direitos Humanos da ONU em um comunicado.

'Eles geralmente enfrentam regras pouco claras sobre o que podem e o que não podem reportar, correndo o risco de intimidação e detenção arbitrária pelo que é percebido como crítica', disse Roza Otunbayeva, representante especial do secretário-geral António Guterres.

'Pedimos às autoridades de fato que garantam a segurança e a proteção de todos os jornalistas e trabalhadores da mídia no exercício de suas funções e que reconheçam plenamente a importância das mulheres que trabalham na mídia', acrescentou.

Em sua resposta, o ministério disse que as mulheres continuam trabalhando na mídia, sujeitas a certas condições para atender às regras de moralidade religiosa, como cobrir o rosto e trabalhar separadamente dos homens.

Descreveu o relatório da ONU como estando 'longe da realidade atual' e disse que as forças de segurança estavam trabalhando para proteger os jornalistas. O Ministério da Informação do Afeganistão não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o número de prisões foi 'exagerado' e que as detenções ocorreram de acordo com a lei.

'Ninguém é preso arbitrariamente', disse, listando as infrações cometidas pelos detidos.

Elas variam desde encorajar as pessoas a agir contra o sistema, difamar o governo e fornecer reportagens falsas e sem fundamento, até a cooperação com os inimigos do sistema na mídia e o fornecimento de material para veículos de mídia contra o sistema, acrescentou.

O Taliban chegou ao poder em 2021 com a retirada das forças estrangeiras, prometendo restaurar a segurança e impor sua interpretação rigorosa da lei islâmica.

Sua administração não foi oficialmente reconhecida por nenhum governo estrangeiro e diplomatas ocidentais disseram que o caminho para o reconhecimento está sendo abalado por restrições impostas pelo Taliban às mulheres.

(Reportagem da Reuters)

Escrito por Reuters

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