Operação israelense que dura dias matou 11 na Cisjordânia, diz Ministério da Saúde palestino
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Por Ali Sawafta
RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Pelo menos 11 palestinos foram mortos durante uma operação de soldados israelenses que dura dias em Jenin, na Cisjordânia ocupada, disseram autoridades de saúde palestinas nesta quinta-feira, em meio a relatos de tiroteios, centenas de prisões e acesso restrito a hospitais.
Um jovem morreu na manhã de quinta-feira como resultado da operação israelense na cidade do norte da Cisjordânia que começou no início da semana, disse o Ministério da Saúde palestino. Dois outros palestinos foram mortos durante a noite, acrescentou.
As forças israelenses fizeram buscas em centenas de complexos e interrogaram centenas de suspeitos desde o início da operação em 12 de dezembro, disseram os militares em um comunicado, acrescentando que desmantelaram seis laboratórios de explosivos, poços de túneis subterrâneos e dispositivos explosivos.
Desde o início da operação, na manhã de 12 de dezembro, as forças israelenses prenderam centenas de cidadãos, sendo que a maioria deles foi libertada desde então, informou o Clube de Prisioneiros Palestinos, um grupo de defesa, em um comunicado.
Israel não estava permitindo que ambulâncias entrassem no campo para transportar pacientes, disse Mahmoud Al-Saadi, diretor do Crescente Vermelho Palestino em Jenin, à Reuters.
'Temos seis ambulâncias, mas não conseguimos nem mesmo chegar aos pacientes que precisam ser transportados para o hospital, alguns dos quais precisam de diálise', afirmou Al-Saadi.
'O Exército não nos permitiu entrar', apesar das tentativas de coordenação com a Cruz Vermelha e a agência de ajuda palestina da ONU, disse ele, acrescentando que os soldados também estavam estacionados do lado de fora do Hospital Governamental de Jenin.
Quatro soldados ficaram levemente feridos por explosões controladas e tiros das próprias forças de Israel, segundo o comunicado militar. Os soldados ocuparam uma mesquita onde tiros esporádicos podiam ser ouvidos à distância, de acordo com um vídeo que circula nas mídias sociais. A Reuters não conseguiu verificar a filmagem de forma independente.
Questionados sobre as mortes de palestinos e os relatos de soldados que impediram que ambulâncias chegassem aos doentes, os militares confirmaram a 'atividade antiterrorista em andamento' na cidade e disseram que mais detalhes seriam fornecidos após o término da atividade.
Antes da operação mais recente, o Ministério da Saúde palestino informou que 275 palestinos haviam sido mortos na Cisjordânia desde o ataque de 7 de outubro ao sul de Israel pelo movimento islâmico Hamas, que matou cerca de 1.200 israelenses.
Escrito por Reuters