Órgão antitruste da Itália visa Armani e Dior após investigações sobre exploração de trabalhadores
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Por Alvise Armellini e Alessandro Parodi
ROMA (Reuters) - A autoridade de concorrência da Itália disse nesta quarta-feira que estava investigando se Armani e Dior haviam enganado consumidores, após notícias de investigações sobre exploração de trabalhadores feitas por promotores em alguns fornecedores dos dois grupos de luxo.
Nos últimos meses, promotores de Milão ordenaram que várias empresas de propriedade chinesa na Itália - que produzem artigos de luxo para Dior e Armani - fossem colocadas sob administração judicial, acusando-as de abusar sistematicamente de seus funcionários.
A autoridade alegou que Armani e Dior 'enfatizaram o trabalho artesanal (de seus produtos) e a excelência de sua mão de obra', ao mesmo tempo em que dependiam de oficinas que empregavam pessoas com salários muito baixos, trabalhando longas horas e violando as regras de saúde e segurança.
Em um comunicado, o órgão indicou que sua investigação se concentrava em algumas empresas do Grupo Armani e do Grupo Dior, controlado pela LVMH, e que as inspeções foram realizadas nas empresas visadas na terça-feira.
'As empresas (Armani e Dior) podem ter feito alegações falsas de responsabilidade ética e social, em particular no que diz respeito às condições de trabalho e ao cumprimento da legalidade em seus fornecedores', disse o órgão antitruste.
Elas foram colocadas sob investigação 'por possível conduta ilegal na promoção e venda de artigos e acessórios de vestuário, em violação ao código do consumidor (italiano)', afirmou.
O Grupo Armani expressou confiança em um 'resultado positivo após a investigação', acrescentando em um comunicado que suas empresas estavam 'totalmente comprometidas' em cooperar com as autoridades e que acreditava 'que as alegações não tinham mérito'.
Dior disse nesta quarta-feira que está colaborando com as autoridades italianas e fortalecendo a fiscalização de seus fornecedores.
As violações do código do consumidor na Itália são punidas com multas que variam de 5.000 euros a 10 milhões de euros.
(Reportagem adicional de Elisa Anzolin)
Escrito por Reuters
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