Papa denuncia 'terrível guerra mundial' contra meio ambiente e anuncia novo documento
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Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco, ao anunciar que publicará um novo documento sobre a proteção da natureza, disse nesta quarta-feira que estava fazendo isso por causa de uma 'terrível guerra mundial' contra o meio ambiente.
Em sua audiência geral semanal, Francisco afirmou que o documento será publicado em 4 de outubro, dia da festa de Francisco de Assis, o santo padroeiro do meio ambiente.
É uma continuação de sua influente encíclica de 2015 - a forma mais elevada de redação papal - que falou sobre a necessidade de proteger o meio ambiente, enfrentar os perigos e desafios da mudança climática e reduzir o uso de combustíveis fósseis.
O papa disse que a nova redação tem o objetivo de atualizar a encíclica 'Laudato Si' (Louvado Seja) de 2015 'com os problemas atuais'.
Descrevendo a natureza como um 'presente sagrado do criador', o papa pediu que as pessoas tomem partido das 'vítimas da injustiça ambiental e climática'.
Ele pediu o fim da 'guerra sem sentido contra nossa casa comum, que é uma terrível guerra mundial'.
O enviado dos Estados Unidos para o clima e ex-secretário de Estado, John Kerry, disse à Reuters em uma entrevista em junho, depois de se encontrar com o papa, que a encíclica de 2015 teve um 'impacto profundo' na conferência sobre o clima daquele ano, que estabeleceu metas para limitar o aquecimento global.
Nos oito anos desde que a Laudato Si foi publicada, o mundo tem visto um aumento nos eventos climáticos extremos, como ondas de calor mais intensas e prolongadas, incêndios florestais mais frequentes e furacões mais graves.
Francisco disse no mês passado que tais eventos demonstravam a necessidade de ações mais urgentes para combater as mudanças climáticas e apelou aos líderes mundiais para que 'façam algo mais concreto para limitar as emissões poluentes'.
Ele disse que o novo documento seria uma Exortação Apostólica, outra forma de redação papal.
Depois que a Laudato Si foi publicada, alguns católicos conservadores aliados a movimentos políticos conservadores e interesses corporativos, especialmente nos Estados Unidos, criticaram ferozmente o papa por apoiar a opinião da maioria dos cientistas que afirmam que o aquecimento global se deve, pelo menos em parte, à atividade humana.
Escrito por Reuters
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