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Papa Francisco enfrenta longa e difícil luta pela recuperação, dizem médicos

Placeholder - loading - Velas do lado de fora do hospital onde papa Francisco está intermado  7/3/2025    REUTERS/Leonardo Benassatto
Velas do lado de fora do hospital onde papa Francisco está intermado 7/3/2025 REUTERS/Leonardo Benassatto
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Por Crispian Balmer e Alvise Armellini

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Três semanas depois de ser internado no hospital Gemelli, em Roma, o papa Francisco ainda está lutando para se livrar da pneumonia dupla que tem prejudicado sua saúde já frágil.

O pontífice de 88 anos não foi visto em público desde que entrou no hospital, e o Vaticano não deu indicação de quando ele poderá sair, ou quando poderá retomar algo parecido com sua agenda de trabalho normalmente exigente.

O caminho para a recuperação provavelmente será longo e repleto de perigos, disseram especialistas médicos que não estão envolvidos no tratamento e que falaram em termos gerais sobre a condição do papa.

'Já vi pacientes que passaram meses no hospital nesse tipo de situação. É claro que ele pode se recuperar, mas as chances de um resultado negativo são altas', disse o professor Christoph Lange, secretário-geral da União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares.

'O melhor conselho seria deixá-lo descansar, deixá-lo levar o tempo que precisar para se recuperar', afirmou ele à Reuters.

Ressaltando sua condição debilitada, o papa divulgou uma breve mensagem de áudio na noite de quinta-feira, agradecendo a todos que rezam por ele. Sua voz estava entrecortada, sem fôlego e difícil de entender.

O Vaticano tem divulgado atualizações diárias da equipe médica do papa, quebrando tabus anteriores da Igreja ao fornecer uma avaliação detalhada e em tempo real da saúde do pontífice.

No que foi visto como um desenvolvimento positivo, seus médicos disseram na quinta-feira que, dada sua estabilidade clínica, eles forneceriam o próximo boletim no sábado, pulando a sexta-feira.

No entanto, eles continuaram a advertir que o prognóstico geral do pontífice permanecia cauteloso, como têm feito todos os dias desde 22 de fevereiro, o que significa que ele ainda não está fora de perigo.

Loredana Sarmati, professora de doenças infecciosas da Universidade Tor Vergata de Roma, disse que será possível começar a falar sobre recuperação somente quando o prognóstico cauteloso for suspenso.

'Uma pneumonia dessa magnitude é um desafio até mesmo para uma pessoa jovem. Aqui estamos falando de um homem idoso e, acima de tudo, de um homem que já teve problemas respiratórios nos meses anteriores', declarou ela. 'A pneumonia pode levar semanas e semanas para ser curada.'

A doença atual é a mais grave de várias doenças respiratórias que o papa teve nos últimos anos. Quando jovem, ele teve parte de um pulmão removido após sofrer pleurisia.

ALTOS E BAIXOS

O Vaticano disse que o papa sofreu quatro ataques de falta de ar desde 22 de fevereiro. O último foi em 3 de março, causado por um acúmulo significativo de muco em seus pulmões, sugerindo que ele não tinha força muscular para expelir as secreções.

Os médicos destacaram o fato de ele não ter repetido o episódio desde segunda-feira. Da mesma forma, eles disseram que era reconfortante ele não ter tido nenhuma febre desde 14 de fevereiro e que, de acordo com o Vaticano, seus exames de sangue permaneceram estáveis.

No entanto, o fato de que sua condição geral está estacionária após três semanas de tratamento intensivo, incluindo antibióticos, não é tranquilizador, disse um médico sênior que recentemente se aposentou do Gemelli e se recusou a dar seu nome por causa de seus laços com o hospital que está cuidando do papa.

O médico, que não viu o registro médico de Francisco, afirmou que os médicos normalmente esperariam ver uma melhora depois de tantos dias e acrescentou que cada crise respiratória teria colocado uma enorme pressão sobre o coração do papa. O Vaticano tem dito repetidamente que os parâmetros que medem seu sistema circulatório permanecem estáveis.

Francisco tem recebido oxigênio suplementar quase constantemente nas últimas duas semanas, seja por meio de uma máscara de respiração ou de uma pequena mangueira sob o nariz.

Se sua condição piorar, o próximo passo poderia envolver sedá-lo e colocar um tubo de oxigênio em sua garganta.

Entretanto, esse seria um último recurso para um homem tão idoso, segundo especialistas médicos. Também seria necessária a autorização do papa, o que levantaria questões sobre o nível de tratamento que ele estaria disposto a aceitar.

Não se sabe se Francisco deu alguma instrução sobre seus cuidados futuros. Em uma mensagem para a Associação Médica Mundial em 2017, ele abordou questões relacionadas ao fim da vida, dizendo que era moralmente legítimo retirar o 'tratamento excessivamente zeloso'.

A Igreja Católica ensina que é obrigatório dar aos pacientes cuidados que salvam a vida, mas também permite que um paciente ou seus cuidadores rejeitem procedimentos 'onerosos' ou 'desproporcionais' para manter viva uma pessoa com doença terminal.

FISIOTERAPIA

Como um passo para sua reabilitação, o Vaticano disse que o papa está fazendo terapia respiratória para melhorar sua função pulmonar desde pelo menos 26 de fevereiro. Ele também está fazendo fisioterapia para tentar superar os efeitos de sua mais longa internação hospitalar desde que se tornou papa, há 12 anos.

'É uma corrida contra o tempo para a perda da estrutura muscular', disse Lange.

Embora o Vaticano diga que Francisco passou longos períodos em uma poltrona, não está claro se ele consegue andar ou ficar de pé sem ajuda.

(Reportagem de Crispian Balmer, Alvise Armellini e Emilio Parodi)

Escrito por Reuters

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