Para Lira, desfile militar em dia de votação do voto impresso na Câmara é trágica coincidência
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Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o desfile militar na Esplanada do Ministérios previsto para a terça-feira, dia em que está convocada sessão da Casa para a votação da PEC do voto impresso, configura uma 'trágica coincidência' que pode resultar no adiamento da análise da proposta.
Rejeitada em comissão da Câmara e rechaçada pela maioria dos partidos políticos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tem suscitado muita polêmica, em meio aos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o atual sistema de votação brasileiro, e deve ir a voto no plenário da Câmara na terça-feira.
No mesmo dia, Bolsonaro, que além de atacar as urnas eletrônicas acusa ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir na discussão da PEC na Câmara, deve receber, após desfile de blindados, um convite para acompanhar exercício militar no município de Formosa, em Goiás.
O treinamento ocorre desde a década de 1980, mas a realização do desfile, nas imediações do Planalto, do Congresso Nacional e do STF, é inédita.
'Encaro isso como uma trágica coincidência', disse Lira, em entrevista ao Papo Antagonista com Claudio Dantas.
'Eu acredito que com relação à votação, não deveremos ter problema. Se os deputados quiserem, e a população achar que é conveniente, a gente pode adiar essa votação', acrescentou o presidente da Câmara.
O deputado admitiu que o clima de polarização dá margem às especulações sobre as reais intenções do desfile. Lira disse ter entrado em contato com Bolsonaro, que teria garantido não haver o intuito de pressionar o Congresso no dia da votação da PEC. Segundo o parlamentar, o presidente teria, inclusive, convidado a Câmara e o Senado a prestigiarem o desfile.
Escrito por Reuters
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