Paraguai acredita em andamento rápido da negociação com Brasil sobre Itaipu e acordo até fim do ano
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Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) -O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, avaliou nesta sexta-feira que as negociações com o governo do Brasil para a renovação dos termos financeiros da venda de energia da usina de Itaipu podem ter andamento rápido, com um possível acordo sendo fechado até o fim deste ano.
Após uma reunião de mais de duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, em Brasília, Peña disse que os países irão começar as negociações sobre o chamado 'Anexo C' do Tratado de Itaipu em 13 de agosto.
Questionado se o Paraguai aceita manter a venda da energia excedente ao Brasil pelo preço de custo, como hoje, Peña afirmou que sim.
'O Paraguai não está procurando uma política rentista, está procurando uma política desenvolvimentista, quer desenvolver seu país', afirmou o presidente eleito.
'Estamos procurando uma política que vá gerar emprego e a ideia não é que venha empregos do Brasil para Paraguai, mas que empregos de fora do Mercosul venham para cá, e temos que trabalhar juntos para que essa energia seja uma oportunidade para gerar emprego'.
Esse foi o segundo encontro individual entre Peña e Lula. Logo após sua eleição, o presidente eleito veio a Brasília para um encontro. Estiveram na reunião desta sexta-feira também o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente de Itaipu, Ênio Verri.
O 'Anexo C' do Tratado de Itaipu, que vence este ano, estabelece as bases financeiras da tarifa da energia gerada pelo empreendimento binacional, que é compartilhada entre os dois países. Pelas regras vigentes, e que estarão sujeitas a revisão, cada país tem direito a 50% da energia de Itaipu.
Peña toma posse no dia 15 de agosto, mas sua equipe já irá participar da primeira reunião sobre o novo acordo. Peña aposta em uma solução rápida para a negociação.
'Eu acho que sai ainda esse ano. A visão comum é muito boa, tenho uma admiração muito grande pelo presidente Lula, acredito que ele hoje é o líder global mais importante e nosso principal parceiro, além da relação com Itaipu. Então tenho muito otimismo que as negociações podem se concluir muito rápido', afirmou.
(Por Lisandra Paraguassu; texto de Letícia Fucuchima; edição de Pedro Fonseca)
Escrito por Reuters
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