Cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris começa sob olhar de forças de segurança
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Por Helen Reid e Benjamin Mallet e Sybille de La Hamaide
PARIS (Reuters) - A cerimônia de abertura da Olimpíada começou em Paris nesta sexta-feira, retratando um cenário fictício no qual a chegada da chama olímpica dá errado, antes de um show extravagante no rio Sena que dará início aos Jogos de Verão.
O astro do futebol francês Zinedine Zidane foi mostrado correndo por Paris para trazer a chama, em um vídeo pré-gravado que o incluía levando-a para o metrô.
Uma enorme força policial foi exibida em Paris, poucas horas depois que um ataque de sabotagem na rede ferroviária de alta velocidade francesa TGV causou caos em toda a França e colocou os holofotes sobre os riscos de segurança em um momento em que todos os olhos estão voltados para o país.
A cerimônia contará com uma frota de barcaças que levam cerca de 7.000 atletas pelo rio, passando por alguns dos marcos mais famosos de Paris.
Uma gigantesca nuvem de fumaça azul, branca e vermelha -- as cores da bandeira da França -- foi lançada no alto de uma ponte sobre o rio quando a cerimônia começou.
'Estamos muito animados, isso acontece uma vez na vida', disse Elise Boukorrass, de 17 anos.
No início da noite, em Paris, choveu esporadicamente e os meteorologistas previram chuvas fortes, sendo que um meteorologista chegou a dizer que seria um 'desastre' para a cerimônia ao ar livre.
'A chuva não vai me impedir de torcer pela Olimpíada -- o esporte é tudo para mim e eu faria o que fosse preciso para assistir a isso', disse Flavia Merluzzi, 20 anos, estudante de arquitetura.
Os detalhes da cerimônia foram mantidos em segredo, inclusive sobre alguns dos artistas participantes, que serão os últimos a carregar a tocha e acender o caldeirão olímpico para marcar o início dos Jogos.
Mas, como uma dica do que poderia acontecer na cerimônia, um repórter da Reuters viu a superestrela pop Lady Gaga ensaiando na sexta-feira no centro de Paris. A cantora, de fato se apresentou no início da cerimônia.
Em meio a rumores de que a cantora canadense Celine Dion também poderia fazer parte do show, a espectadora Chantal Beauvais disse que seria 'mágico' vê-la.
É a primeira vez que uma cerimônia de abertura será realizada fora de um estádio.
TENSÕES GEOPOLÍTICAS
Cerca de 45.000 policiais e milhares de soldados foram mobilizados em uma enorme operação de segurança em Paris para a cerimônia de abertura.
Desde os últimos Jogos -- os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em Pequim em 2022 -- guerras eclodiram na Ucrânia e em Gaza, proporcionando um cenário internacional tenso. A França está em seu mais alto nível de segurança, embora as autoridades tenham dito repetidamente que não há nenhuma ameaça específica à cerimônia de abertura ou aos Jogos.
Segundo as autoridades, os competidores israelenses estão sendo escoltados por unidades táticas de elite para os eventos e recebem proteção 24 horas por dia durante a Olimpíada, devido à guerra em Gaza.
Dezenas de líderes mundiais estão em Paris para a cerimônia de abertura, que será protegida por atiradores de elite nos telhados. O leito do rio Sena foi varrido em busca de bombas, e o espaço aéreo de Paris está fechado.
Para os Jogos em geral, aviões de vigilância por radar e drones Reaper monitorarão locais sensíveis de cima, e os caças Mirage 2000 estarão de prontidão para interceptar aeronaves que se desviarem para o espaço aéreo restrito.
O presidente da França, Emmanuel Macron, que conquistou um segundo mandato há dois anos, esperava que os Jogos Olímpicos consolidassem seu legado. Mas sua aposta fracassada em uma eleição legislativa antecipada o enfraqueceu e lançou uma sombra sobre sua força no cenário internacional.
Mais de 10.500 atletas competirão nas Olimpíadas, 100 anos desde a última vez que Paris sediou os Jogos. A competição começou na quarta-feira e a primeira das 329 medalhas de ouro será entregue no sábado. A cerimônia de encerramento será realizada em 11 de agosto.
(Reportagem adicional de Kane Wu, Geert de Clercq, Julien Pretot, Elizabeth Pineau, Michel Rose, Louise Dalmasso, Juliette Jabkhiro, Zhifan Liu, Helen Reid, Richa Naidu e Karolos Grohmann)
Escrito por Reuters
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