Parlamentares têm reunião com diretor-geral da OMS em busca de vacinas para o Brasil
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Por Maria Carolina Marcello
(Reuters) - A senadora Kátia Abreu (PP-TO) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidentes das comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara, reuniram-se nesta quinta-feira, de forma remota, com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, para buscar uma antecipação do envio de vacinas ao Brasil diante da gravidade da pandemia no país, disseram os parlamentares.
No encontro, os presidentes das comissões pediram mudanças nas regras de distribuição de vacinas entre os países participantes do consórcio Covax Facility, gerido pela OMS, atualmente baseadas na população e na renda média de cada nação, para incluir também critérios de risco de difusão do vírus para outros países e de gravidade da pandemia.
O Brasil é o segundo país com mais casos e mortes por Covid-19, atrás somente dos Estados Unidos. No momento, porém, registra os números mais acentuados do mundo, sendo responsável por uma em cada oito infecções e uma em cada três mortes notificadas globalmente a cada dia, conforme levantamento da Reuters.
O país soma mais de 325 mil vítimas fatais da doença, com média de quase 3.000 óbitos por dia nos últimos 7 dias.
'O nosso esforço nesse momento deve se concentrar, por um lado, na busca da sensibilização dos principais atores internacionais para a necessidade de acelerarmos a oferta de vacinas e insumos aos países onde o contágio e as mortes vêm aumentando, como é o caso do Brasil', disse Aécio em nota.
'A dependência que já temos hoje poderá ser ainda maior e mais dramática no futuro.'
Segundo os parlamentares, o diretor-geral da OMS disse que levaria o pleito às autoridades responsáveis pelo Covax, e também propôs enviar ao Brasil duas missões técnicas: uma para trabalhar com as autoridades sanitárias brasileiras na formulação de políticas públicas de contenção da difusão do vírus e de melhor atendimento aos pacientes da doença, e outra para trabalhar com as instituições científicas e farmacêuticas habilitadas a produzirem vacinas para ajudar o país a tornar-se mais rapidamente autônomo na produção local.
Atualmente o Brasil depende da importações de insumos do exterior para envasar as vacinas que estão sendo aplicadas no país contra a Covid. Além disso, também contratou 42,5 milhões de doses pelo consórcio Covax, mas recebeu apenas pouco mais de 1 milhão, devido a problemas no fornecimento global pelo programa.
O Brasil vacinou até o momento 15,5 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 7,3% da população.
Escrito por Reuters
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