Partido da Groenlândia quer coalizão ampla para mostrar união diante da pressão de Trump
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COPENHAGUE (Reuters) - Os partidos políticos da Groenlândia devem deixar de lado suas divergências e formar rapidamente um amplo governo de coalizão para demonstrar união diante de uma campanha dos EUA para anexar a ilha, disse nesta sexta-feira o Democratas, legenda que venceu as eleições desta semana.
Jens-Frederik Nielsen, o líder do partido que é favorável à independência gradual da Dinamarca, expressou a urgência da situação em uma postagem no Facebook após uma rodada inicial de discussões sobre a coalizão.
'Este não é o momento para táticas políticas e desentendimentos internos. A situação do nosso país é séria demais para isso', disse ele, acrescentando: 'Quando alguém nos ameaça, nos menospreza ou fala mal de nós, ficamos juntos.'
Na quinta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA precisam controlar a Groenlândia para aumentar a segurança internacional, acrescentando, quando perguntado diretamente sobre a perspectiva de anexação: 'Acho que isso vai acontecer'.
Os líderes dos cinco partidos no Parlamento da Groenlândia rejeitaram nesta sexta-feira os comentários de Trump.
'Nós -- todos os líderes partidários -- não podemos aceitar os repetidos comentários sobre a anexação e o controle da Groenlândia', disseram eles em uma declaração conjunta.
'Consideramos esse comportamento inaceitável em relação a amigos e aliados em uma aliança de defesa', disseram, acrescentando que condenavam veementemente as tentativas de criar divisão.
O Democratas, que mais do que triplicou suas cadeiras, chegando a 10 na câmara de 31 assentos, defendeu uma extração responsável dos vastos, porém inexplorados, recursos minerais da Groenlândia, como forma de desenvolver sua economia à medida que o território semiautônomo faz a transição para a independência total da Dinamarca.
O partido Naleraq, fortemente pró-independência, ficou em segundo lugar na eleição de terça-feira, dobrando suas cadeiras para oito.
(Reportagem de Jacob Gronholt-Pedersen e Louise Breusch Rasmussen)
Escrito por Reuters