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PCdoB formaliza Manuela D’Ávila para o Planalto, mas candidatura não será obstáculo à unidade da esquerda

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O PCdoB homologou nesta quarta-feira, em convenção do partido, Manuela D’Ávila para disputar a Presidência da República, mas em seu discurso a candidata fez questão de citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e garantiu que não será um obstáculo à unidade do campo da esquerda.

“A nossa candidatura sempre foi uma candidatura que defendeu a unidade do nosso campo político. Nós fizemos um conjunto de apelos, fizemos diversas vezes o apelo público dizendo que a nossa candidatura não é óbice para a unidade do nosso campo”, disse candidata a jornalistas.

Ainda que tenha participado do evento com a militância no lançamento da primeira candidata do partido ao Planalto em mais de 70 anos, e que tenha negado a existência de negociações para integrar a chapa presidencial do PT como vice, Manuela foi convidada, garante uma fonte petista, e ainda há espaço para essa conversa.

“Nós ainda temos algum tempo, se surgir alguma novidade neste sentido (da unidade), nós seguiremos entusiastas, porque para nós há a necessidade muito viva de retirar o Brasil da crise que vivemos.”

Manuela avaliou que sua candidatura reúne as características para tornar-se competitiva e chegar ao segundo turno, visto que a parcela de indecisos ainda é alta, e boa parte dela é formada por mulheres.

“Para mim, é muito significativo ser a única mulher feminista candidata neste momento de crise no Brasil, uma mulher de esquerda”, afirmou.

“Sempre defendemos que a unidade fosse a maior possível para esse campo político, portanto nós não nos colocamos como óbice. Eu ficaria bastante feliz que fôssemos três ou quatro (partidos), mesmo que eu não participasse da chapa”, disse, argumentando que desde o princípio de sua pré-candidatura vem insistindo na tecla da unidade.

Nas pesquisas de intenção de voto, Manuela aparece com cerca de 1 por cento da preferência dos eleitores.

LULA

No discurso logo após a homologação da candidatura, Manuela não deixou de mencionar o ex-presidente petista --e o grito de “Lula Livre”-- e argumentou que sua prisão ocorreu para impedi-lo de concorrer à Presidência da República.

“Lula está preso porque lidera as pesquisas, Lula está preso porque solto venceria as eleições”, declarou.

O ex-presidente está preso em Curitiba cumprindo pena pela condenação por corrupçã7o e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP). O petista alega inocência e diz ser alvo de perseguição política para impedi-lo de concorrer.

Como foi condenado por órgão colegiado, Lula deve ter sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa. Ainda assim o PT já anunciou que vai registrar a candidatura do ex-presidente no dia 15 de agosto, prazo máximo para isso.

Manuela defendeu também que a reforma trabalhista possa ser revogada por meio de um referendo, além de posicionar-se favorável a uma reforma tributária que isente “os mais pobres” para mirar nas grandes fortunas, lucros e dividendos, e o que chamou de “atividade especulativa”.

A candidata criticou o teto dos gastos e alertou para a necessidade de debater uma reforma da segurança pública e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu)

Escrito por Thomson Reuters

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