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Política monetária não tem relação mecânica com câmbio ou Fed, diz Guillen

Placeholder - loading - Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reforçou nesta terça-feira que a política monetária brasileira não tem uma 'relação mecânica' com o câmbio ou com as decisões do Federal Reserve, acrescentando que no caso do BC norte-americano a dúvida atual é sobre a extensão do corte de juros.

'Nas últimas semanas, a incerteza deixou de ser sobre a flexibilização nos EUA e passou a ser sobre a extensão' do corte de juros, comentou Guillen durante evento do Broadcast em São Paulo.

De fato, nas últimas semanas a curva de juros norte-americana tem precificado chances cada vez maiores de o Fed iniciar o novo ciclo com corte de 50 pontos-base dos juros em setembro, e não apenas de 25 pontos-base. Além disso, a curva precificava nesta terça-feira um total de 100 pontos-base de cortes até o fim de 2024.

Em função desta perspectiva, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil têm recuado nos últimos dias entre os contratos a partir de janeiro de 2026. O dólar também recuou ante o real nas últimas seis sessões, aliviando a pressão do câmbio sobre a curva de juros.

No entanto, em vencimentos de curtíssimo prazo, como o DI para janeiro de 2025, as taxas seguem em patamares elevados, precificando chances de alta da taxa básica Selic ainda em 2024.

Durante sua apresentação, Guillen ponderou que existe atualmente uma menor sicronia entre os juros nos EUA e no Brasil.

'Vinha uma correlação muito alta entre curvas de juros nos EUA e no Brasil, mas no período mais recente perdeu esta correlação. Agora é menos correlacionado', afirmou.

No início de sua apresentação Guillen também salientou que sua intenção era a de repetir mensagens já passadas na ata do encontro mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em julho.

Segundo ele, 'cautela', 'vigilância' e 'acompanhamento diligente' foram termos da última ata que, em geral, foram bastante destacados pelo mercado na análise do documento. Porém, Guillen deu ênfase nesta terça-feira aos termos 'coesão', ao se referir a todos os membros do Copom, e 'compromisso', em relação ao atingimento da meta de inflação de 3%.

Sobre isso, Guillen reforçou que, com expectativas desancoradas, aumenta o custo para se trazer a inflação para a meta.

'É nosso papel reancorar as expectativas', afirmou o diretor. 'Desancoragem de expectativas é tema de desconforto, e a gente tem que atuar para combater isso', acrescentou.

Escrito por Reuters

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