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Rosa Weber condena 8 de janeiro, fala em responsabilização com rigor da lei e exalta harmonia entre os Poderes

Placeholder - loading - Presidente do STF, Rosa Weber, durante sessão da corte em Brasília 07/12/2022 REUTERS/Adriano Machado
Presidente do STF, Rosa Weber, durante sessão da corte em Brasília 07/12/2022 REUTERS/Adriano Machado
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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, fez nesta quarta-feira um enfático discurso em defesa da democracia e em repúdio aos ataques de bolsonaristas radicais às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, durante cerimônia de abertura do ano Judiciário no plenário da corte.

Em um contudente pronunciamento, Rosa Weber falou em responsabilizar com o 'rigor da lei' dos envolvidos nos atos, a quem chamou de 'golpistas', e exaltou a harmonia entre os Poderes diante da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

'Em nome do Supremo Tribunal Federal, que, uma vez erguida da justiça a clava forte sobre a violência cometida em 8 de janeiro, os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que a financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas', disse ela, sob palmas no plenário.

A presidente do STF afirmou que a autoridade da Constituição vai prevalecer, contrapondo-se a 'toda sorte de pretensões autocráticas'. Ela destacou que as sedes dos Três Poderes foram alvos de um 'ataque golpista e ignóbil' e que a solenidade ocorre três semanas após os ataques às instalações do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo, que foi alvo de 'maior virulência'.

Para Rosa Weber, é inútil tentar destruir o Supremo porque, se desejarem fazer isso por mil vezes, 'subsistiria incólume o sentimento de reverência desta Casa pelo Estado Democrático de Direito', e mil e uma vezes o prédio seria reconstruído.

'Que os inimigos da liberdade saibam que no solo sagrado deste tribunal, o regime democrático continua inabalável', disse na cerimônia realizada no plenário do Supremo, reconstruído após ser vandalizado nos atos violentos do mês passado.

SEM INTIMIDAÇÃO

No discurso, Rosa Weber rechaçou o que chamou de ódio irracional e barbárie, destacando que esse tipo de atitude não vai intimidar a magistratura.

'A inspiração que anima as estruturas concebidas pelo gênio de Niemeyer, assim como os valores que informam a atividade jurisdicional desta Casa, jamais serão atingidos ou subjugados pela barbárie, nem pela barbárie seus juízes se sentirão intimidados', afirmou.

A ministra reforçou ainda que os ataques tiveram como efeito o fortalecimento da democracia.

'O ultraje só poderia resultar, como resultou, no enaltecimento da dignidade da Justiça e no fortalecimento do valor insubstituível do regime democrático', disse.

Rosa Weber salientou que sem um Judiciário forte, juízes independentes e imprensa livre não há democracia.

Escrito por Reuters

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