Presidente eleita do México promete gastos responsáveis e defende reforma judicial
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CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México vai gastar com responsabilidade e controlar o déficit fiscal no próximo ano sem aumentar impostos, disse a presidente eleita, Claudia Sheinbaum, nesta quarta-feira, também defendendo uma reforma judicial que tem assustado os mercados desde que seu partido conseguiu uma vitória esmagadora nas eleições gerais.
'Estamos preparando um orçamento muito responsável', afirmou Sheinbaum a empresários em um evento na Cidade do México.
'Nosso objetivo é que o déficit em 2025 seja de no máximo 3,5% do PIB. Este ano fechará acima de 5%.'
A nova meta superaria a do governo do atual presidente Andrés Manuel López Obrador, que já havia estabelecido um objetivo de déficit de cerca de 3% do PIB para o ano que vem, conforme medido pelos requisitos de empréstimos do setor público (PSBR), segundo um pré-critério orçamentário publicado em março.
Sheinbaum disse que seu governo vai buscar um reforço na contribuição fiscal por outros caminhos, como a digitalização da alfândega e do serviço de receita interna.
O déficit orçamentário do México neste ano está no maior patamar desde os anos 1980, após López Obrador esbanjar em gastos sociais e para completar grandes obras de infraestrutura, como uma nova refinaria e um trem para turistas.
Sheinbaum defendeu novamente uma grande reforma judicial, proposta no início deste ano por López Obrador, para que juízes sejam eleitos -- inclusive para a Suprema Corte -- pelo voto popular. A presidente eleita disse que a reforma judicial não representaria uma concentração de poder ou uma guinada na direção do autoritarismo.
A probabilidade cada vez maior de que uma versão desta reforma possa ser aprovada quando o novo Legislativo tomar posse em setembro assustou os mercados, com o peso caindo cerca de 8,5% desde a eleição de 2 de junho.
Alguns investidores temem que a reforma possa permitir a captura política do judiciário e retirar checagens e mecanismos de equilíbrio vitais sobre o presidente e o partido governista.
(Reportagem de Raul Cortes)
Escrito por Reuters
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