Primeiro-ministro do Paquistão diz que expulsão de afegãos é resposta à não cooperação do Taliban

ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão anunciou nesta quarta-feira que sua decisão de expulsar centenas de milhares de afegãos sem documentação foi uma resposta à relutância do governo liderado pelo Taliban em agir contra militantes que usam o Afeganistão para realizar ataques no Paquistão.

No mês passado, o Paquistão estabeleceu a data de início em 1º de novembro para a expulsão de todos os imigrantes sem documentação, incluindo centenas de milhares de afegãos, e citou razões de segurança, rejeitando pedidos de reavaliação por parte da Organização das Nações Unidas, de grupos de direitos humanos e de embaixadas ocidentais.

“Após a não cooperação do governo interino afegão, o Paquistão decidiu resolver o problema por conta própria – e as ações recentes do Paquistão não são inesperadas nem surpreendentes”, disse o primeiro-ministro interino, Anwar ul Haq Kakar, a jornalistas.

Dezenas de milhares de afegãos, muitos dos quais vivem no Paquistão há décadas, tiveram de deixar o país, e as autoridades estão prendendo muitos mais em operações por todo o país.

Kakar disse que 15 atentados suicidas nos últimos meses foram cometidos por afegãos e que dezenas de afegãos foram mortos em confrontos com as forças de segurança paquistanesas.

O primeiro-ministro interino também disse que o Paquistão expressa continuamente preocupações sobre os refúgios seguros de militantes no Afeganistão, mas, apesar das repetidas garantias, o governo liderado pelo Taliban não tomou medidas.

Em vez disso, as evidências sugerem que militantes foram facilitados no Afeganistão, disse Kakar em uma declaração invulgarmente forte contra o Taliban que durante anos era considerado aliado próximo do Paquistão.

(Reportagem de Gibran Peshimam)