Promotores de Tóquio fazem buscas em escritórios das principais correntes do partido governista

TÓQUIO (Reuters) - Promotores de Tóquio fizeram buscas nos escritórios de duas poderosas correntes políticas do governista Partido Liberal Democrata (PLD), noticiou a emissora pública NHK, em conexão com o maior escândalo de arrecadação de fundos que envolveu o partido em décadas.

Os promotores suspeitam que a corrente de Abe não tenha declarado até 500 milhões de ienes (cerca de 3,5 milhões de dólares) em fundos ao longo de cinco anos, enquanto acredita-se que a corrente menor Nikai não tenha declarado 100 milhões de ienes, disse a NHK.

O gabinete da promotoria de Tóquio não quis confirmar as notícias quando contatado pela Reuters.

O escândalo prejudicou o apoio público ao PLD e ao governo do primeiro-ministro Fumio Kishida, forçando-o a substituir ministros importantes na semana passada, enquanto tentava limitar as consequências.

As pesquisas realizadas no fim de semana pelos jornais Asahi, Yomiuri e Nikkei colocaram os índices de apoio do primeiro-ministro em torno de 20%, o mais baixo para qualquer primeiro-ministro em mais de uma década.

'O partido (PLD) deve trabalhar para restaurar a confiança do povo com um forte senso de urgência', disse Kishida aos repórteres nesta terça-feira. Ele se recusou a comentar sobre os detalhes da investigação, que, segundo ele, 'deve ser realizada com rigor'.

Em comentários a repórteres na segunda-feira, Kishida mencionou a possibilidade de reforma legal para recuperar a confiança do público, mas não deu detalhes.

Os promotores alegam que as correntes esconderam centenas de milhões de ienes em fundos políticos, inclusive deixando a venda de ingressos para eventos do partido fora da contabilidade, de acordo com várias notícias da mídia.

A corrente Abe, que já foi liderada pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, é a maior do PLD e inclui o ministro da Indústria, Yasutoshi Nishimura, e o ex-secretário-chefe de gabinete, Hirokazu Matsuno.

A corrente Nikai é liderada pelo líder do PLD, Toshihiro Nikai.

(Reportagem da Redação Tóquio)