PSL apresentará PEC para cobrar mensalidade de universitário que tiver condições, diz Bivar
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Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Em meio às manifestações país afora contra o bloqueio de verbas na educação, os deputados do PSL decidiram nesta quarta-feira apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que estudantes com condições financeiras paguem mensalidade nas universidades públicas, disse à Reuters o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
'A gente está pretendendo que uma parte da universidade seja custeada, paga por alunos que têm condições. Por exemplo, se cortou 30%, vamos colocar 30% dos estudante que pagam', disse.
Bivar afirmou que não é possível que um estudante se forme no ensino médio em uma escola privada, pagando mensalidade, e ingressa numa universidade pública, que é gratuita.
'Tem aqueles que entram numa cota de graça e outros que é numa cota pagando, mas tudo isso vai precisar de uma regulamentação', disse ele, ao destacar já ter pedido à assessoria legislativa para formatar a PEC. Ele não precisou quando ela será protocolada.
Bivar disse que vai pedir apoio ao presidente Jair Bolsonaro para a aprovação proposta, mas não pretende falar nesta quarta-feira com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre a matéria. Durante audiência na Câmara dos Deputados, Weintraub disse que é contra a cobrança de mensalidade em universidades federais.
O presidente do PSL falou com a Reuters em seu gabinete na Segunda-Vice Presidência da Câmara, a poucos metros de onde o titular da pasta falava sobre o contingenciamento de recursos para as universidades públicas.
O dirigente partidário disse que, se uma pessoa vai à Universidade de Brasília, 'vê os carros bonitos' que tem lá e há casos em que um estudante vai a uma universidade privada de ônibus.
ENDOSSO
Bivar defendeu as declarações dadas mais cedo por Bolsonaro, em viagem aos Estados Unidos. Ele chamou de “idiotas úteis”, “imbecis” e usados como 'massa de manobra' os estudantes que participam nesta quarta dos protestos em todo o país contra o bloqueio de verbas no Ministério da Educação.
'O presidente tem suas convicções, e dentro de suas convicções, ele entende que todo o sistema universitário tem um viés ideológico muito marcante. As pessoas que têm vindo à rua, muitas vezes, não são nem universitários. Isso é uma das razões para dizer que são massa de manobra', disse ele, para quem a universidade, 'como um todo, precisa ser revista'.
Para Bivar, a convocação do ministro para falar nesta quarta na Câmara é 'inoportuna'. 'Nós parlamentares deveríamos fazer coisas mais construtivas', avaliou.
Escrito por Reuters
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