Rebeldes do ELN convocam reunião e citam 'estado crítico' de negociações de paz na Colômbia
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Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - O grupo rebelde colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN) solicitou uma reunião extraordinária com o governo, dizendo que as negociações de paz estão em um 'estado crítico', disseram fontes do governo e do grupo rebelde.
O presidente Gustavo Petro retomou as conversações com o ELN no final de 2022 como parte de seus esforços para acabar com o conflito de seis décadas na Colômbia que matou pelo menos 450.000 pessoas, firmando acordos de paz ou rendição com grupos armados.
'Não vemos condições suficientes para continuar com o ciclo usual de conversas entre nossa delegação e os representantes do governo nacional', disse o ELN em uma carta enviada na segunda-feira a Vera Grabe, chefe da delegação do governo.
O conteúdo da carta foi compartilhado com a Reuters por uma fonte do governo, enquanto uma fonte do ELN confirmou sua autenticidade.
'Devido ao estado crítico das negociações, propomos convidar delegados dos países garantidores para essa reunião extraordinária, para que possam exercer seu papel de ajudar ambas as partes', diz a carta, solicitando que as reuniões comecem na Venezuela a partir de 12 de abril.
O governo não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
O ELN e o governo realizaram seis rodadas de negociações até o momento, resultando em um cessar-fogo bilateral, no estabelecimento de um fundo de vários doadores para financiar o processo e em uma promessa do ELN de suspender os sequestros para obter resgate.
Mas os rebeldes disseram em fevereiro que as negociações estavam em crise, embora os dois lados tenham dito mais tarde que esperavam outra rodada de negociações neste mês.
O grupo, fundado por padres católicos radicais, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Tem cerca de 6.000 membros, aproximadamente metade deles combatentes.
Pelo menos 40% de seus combatentes poderiam rejeitar um acordo de paz, disseram fontes de segurança à Reuters no ano passado.
As negociações são apoiadas pelos garantidores México, Noruega, Venezuela, Cuba, Brasil e Chile.
Escrito por Reuters
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