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Refém libertada relembra luta para sobreviver e teme por mulheres ainda mantidas em Gaza

Placeholder - loading - Chen Goldstein-Almog em acomodação temporária em Tel Aviv  26/12/2023    REUTERS/Clodagh Kilcoyne
Chen Goldstein-Almog em acomodação temporária em Tel Aviv 26/12/2023 REUTERS/Clodagh Kilcoyne

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Por Rami Amichay e Michal Yaakov Itzhaki

TEL AVIV (Reuters) - Para sobreviver aos 51 dias que ela e três de seus filhos passaram como reféns em Gaza, Chen Almog-Goldstein teve que conter as lágrimas pela morte do marido e filha depois que atiradores do Hamas invadiram sua casa em Israel no dia 7 de outubro.

'Em sete minutos, estávamos em Gaza', disse Almog-Goldstein. 'Lembro-me da expressão nos rostos dos meus filhos. Havia choque e uma grande tristeza que eu não conseguia expressar, porque agora eu estava em modo de sobrevivência.'

Almog-Goldstein, de 49 anos, assistente social, teve que conter o luto pelo marido Nadav, atingido à queima-roupa no peito pelos atiradores quando eles invadiram o quarto seguro da família, e pela filha mais velha Yam, 20 anos, morta minutos depois.

'Tudo nos fazia lembrar deles', disse ela em uma entrevista à Reuters. 'Às vezes eu chorava, e as crianças também viam isso, mas logo em seguida eu tinha que enxugar as lágrimas. Eles (os militantes) não gostavam quando chorávamos.'

Ela afirmou que a família passou a primeira e a última noite em um túnel subterrâneo antes de serem libertados em uma troca de prisioneiros no final de novembro, sete semanas após o início da guerra entre Israel e Hamas. Nesse meio tempo, eles foram transferidos várias vezes de casa em casa.

Comida e água às vezes eram restritas, disse ela, e as condições sanitárias eram difíceis, sem água corrente nos banheiros e com apenas uma muda de roupa.

'NOITES INTERMINÁVEIS'

As janelas eram sempre cobertas com cortinas pesadas, afirmou Almog-Goldstein. Quando escurecia, as casas onde estavam eram iluminadas com velas ou ficavam totalmente escuras. 'As noites eram muito longas, intermináveis, assim como os dias.'

'O controle de sua vida é tomado em um momento e fica nas mãos de outra pessoa. Não tínhamos nenhuma influência sobre nossas vidas, exceto tentar sobreviver e nos manter sãos, equilibrados e funcionando', disse ela.

Cada mudança para um novo esconderijo significava uma nova equipe para proteger a família e novas preocupações, contou ela. O medo era constante, embora os militantes dissessem que ela e a filha de 17 anos, Agam, e os filhos Gal, de 11 anos, e Tal, de 9 anos, não seriam feridos.

Outros reféns tiveram menos sorte, disse ela. Em um dos esconderijos, a família foi colocada com um grupo de mulheres em cativeiro.

'Algumas foram espancadas, algemadas por algumas horas. Não apenas homens, mas mulheres também foram espancadas e ouvimos falar de abusos sexuais, alguns em primeira mão e outros de garotas que conhecemos e que testemunharam ou ouviram falar, danos infligidos sob a mira de armas.'

O Hamas nega as acusações de abuso sexual.

Segundo autoridades israelenses, dos 129 reféns que permanecem em cativeiro incomunicável em Gaza, sem acesso à Cruz Vermelha, 19 são mulheres.

Almog-Goldstein disse que está preocupada com as mulheres deixadas para trás, algumas das quais, segundo ela, estão gravemente feridas. 'Elas disseram que poderiam lidar com os ferimentos físicos, mas não sabiam como lidar com a forma como foram feridas sexualmente.'

Escrito por Reuters

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