Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Relator do Orçamento diz que Bolsa Família deve ser exceção ao teto de forma permanente

Placeholder - loading - 03/11/2022 REUTERS/Adriano Machado
03/11/2022 REUTERS/Adriano Machado

Publicada em  

Atualizada em  

Por Ricardo Brito

(Reuters) - O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento de 2023, disse nesta quinta-feira que a ideia é que se retire de forma permanente do teto de gastos as despesas com o custeio do Bolsa Família na chamada PEC da Transição.

O senador espera receber o texto da PEC que irá criar um espaço fiscal de 105 bilhões de reais até a sexta-feira. Castro fez questão de dizer, ainda, que a proposta trará um detalhamento de como se dará a excepcionalização e não um cheque em branco.

'De hoje para amanhã a equipe (de transição) volta a falar comigo para apresentar oficialmente, me entregar o texto da PEC, e dizendo quais são as rubricas que estarão excepcionalizadas e o valor de cada uma, para que não haja nenhuma dúvida, nenhuma celeuma de que possa ser um cheque em branco para gastar com isso ou com o que o governo quiser', disse o parlamentar a jornalistas após reunião com integrantes da equipe de transição na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

'Lá vai ter que estar especificado claramente... não tem subterfúgio de nada.'

O relator-geral do Orçamento disse ainda que também foi discutida a tese de excepcionalizar de modo permanente despesas em valor equivalente a 2% da Receita Corrente Líquida de recursos advindos de receitas extraordinárias, citando como exemplo o caso do pagamento de bônus de assinatura por leilões de petróleo.

'Isso aí poderia entrar, mas é um valor que não é muito expressivo diante do problema que nós temos', avaliou.

Castro disse que tendo o texto da PEC irá trabalhar para construir um consenso para a votação da matéria primeiro no Senado e depois na Câmara. Até por isso, avisou, não pretende dar publicidade imediata ao texto da PEC, não pelo menos até que possa negociar os detalhes com as lideranças partidárias e as presidências das duas Casas do Congresso.

Segundo ele, houve 'uma boa receptividade de todos os líderes' pelas conversas até o momento. A ideia é que depois do feriado da terça-feira, seja retomada a negociação para se chegar a um 'denominador comum'.

'O tempo que nós vamos gastar, vamos gastar em negociação', afirmou.

A discussão em torno da PEC e dos desafios fiscais que o próximo governo deve enfrentar tem provocado nervosismo no mercado, que reagiu mal nesta quinta a declarações e movimentações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Em discurso a parlamentares aliados mais cedo, Lula disse que é preciso mudar alguns conceitos fiscais.

'Muitas coisas que são consideradas como gasto nesse país nós temos que passar a considerar como investimento', disse o presidente eleito.

'Não é possível que se tenha cortado dinheiro da Farmácia Popular em nome de que é preciso cumprir a regra fiscal, cumprir a regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro desse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga pra comer todo dia. Essa é a nossa regra de ouro', acrescentou.

A chamada regra de ouro, prevista na Constituição, proíbe o governo de se endividar para cobrir gastos como salários e custeio da máquina.

O dólar disparou mais de 4% no fechamento do dia, enquanto o Ibovespa caiu 3,35%.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. relator do orcamento diz que …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.