Rússia e China vetam proposta dos EUA para que ONU tome medidas sobre Israel e Gaza
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Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Rússia e China vetaram nesta quarta-feira um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU elaborado pelos Estados Unidos sobre a guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas na Faixa de Gaza, enquanto um texto rival elaborado pela Rússia não conseguiu obter o número mínimo de votos.
A minuta dos EUA visava abordar o agravamento da crise humanitária em Gaza, exigindo pausas na violência para permitir o acesso de ajuda. Os Emirados Árabes Unidos votaram contra, enquanto 10 membros votaram a favor e o Brasil e Moçambique se abstiveram.
Em seguida, o conselho votou o projeto de uma resolução redigida pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário. Apenas a Rússia, a China, os Emirados Árabes Unidos e o Gabão votaram a favor da minuta, enquanto nove membros se abstiveram e os Estados Unidos e a no Reino Unido votaram contra.
Uma resolução precisa de pelo menos nove votos e nenhum veto de Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia ou China para ser adotada.
As votações ocorreram após o conselho ter votado duas vezes sem sucesso na semana passada -- apenas cinco membros votaram a favor de um projeto de resolução russo em 16 de outubro e, em seguida, os EUA vetaram um projeto de texto brasileiro em 18 de outubro, que havia recebido 12 votos favoráveis.
Os Estados Unidos propuseram seu próprio texto preliminar no sábado, que inicialmente chocou alguns diplomatas com sua franqueza ao declarar que Israel tem o direito de se defender e exigir que o Irã pare de exportar armas para grupos militantes.
Em seguida, a minuta geral foi atenuada, removendo referências diretas ao Irã e ao direito de Israel à autodefesa.
Mas a Rússia anunciou na terça-feira que não poderia apoiar o plano de ação dos EUA e apresentou seu próprio texto.
Israel prometeu varrer o grupo islâmico Hamas, que governa Gaza, depois que seus homens armados romperam a barreira que cerca o enclave em 7 de outubro e atacaram cidades e kibutzes israelenses, matando 1.400 pessoas.
Desde então, Israel tem bombardeado Gaza pelo ar, imposto um cerco e está se preparando para uma ofensiva terrestre. As autoridades palestinas dizem que mais de 5.700 pessoas foram mortas no enclave. A ONU afirma que cerca de 1,4 milhão de pessoas estão desabrigadas.
Escrito por Reuters
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